O ministro da Economia Paulo Guedes disse que existe uma “uma rolagem de desgraça” no Brasil, mencionando o pessimismo de economistas e outros agentes em relação às medidas do governo.
Em 2021, com o crescimento esperado acima de 5%, “a desgraça foi rolada para o ano que vem”, ironizou Guedes nesta terça-feira (14).
Segundo o ministro, a primeira “desgraça” apregoada por pessoas fora do governo foi a ausência de uma base de apoio no Congresso Nacional. Apesar disso, o ministro afirmou que o governo está “fazendo dever de casa” em acordo com os fundamentos da economia.
Guedes critica economistas que afirmaram que “meteoro” dos precatórios era previsível
Ele ainda criticou economistas que afirmaram que o “meteoro” dos precatórios (dívidas judiciais), estimados em R$ 89,1 bilhões para 2022, era previsível. Mas, como mostrou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, a própria Advocacia-Geral da União (AGU) emitiu alertas desde o ano passado para o risco de elevação dos débitos.
“É brincadeira, né? Faltavam dez dias para fechar janela (para expedição dos precatórios), e o STF deu R$ 10 bilhões para Bahia, R$ 4 bilhões para Ceará, R$ 2 bilhões para Pernambuco. Foi dinheiro para governadores do Nordeste de oposição nos últimos dez dias da janela”, disse Guedes.
O ministro afirmou ainda que o teto de gastos, regra que limita o avanço das despesas à inflação, é uma bandeira importante para o governo. “Está toda furada lá na guerra, mas é o que segura”, disse.
Guedes também voltou a defender o Conselho Fiscal da República, medida proposta por ele para reunir chefes de poderes em decisões estratégicas do ponto de vista fiscal, como a declaração de emergência (quando as contas estão com comprometimento elevado em despesas obrigatórias).
“Antigamente o negócio era mais emocionante, juro era 70%, se caísse para 50%, se subisse para 73%… hoje tem um saltinho um pouco maior que 1%”, disse o ministro, emendando comparações com a institucionalidade do Copom (Comitê de Política Monetária. “Eu gostaria que houvesse ritual fiscal como nós temos ritual monetário”, afirmou Guedes. “Não quero saber se vocês gostam um do outro, tem que se reunir, apertar o botão e fazer o que tem que ser feito”, acrescentou.
Com informações do Estadão Conteúdo