Braço direito de Guedes criticou desoneração da folha, mas agora vê proposta diferente
As discussões sobre a possibilidade de o governo introduzir mais impostos em troca da desoneração da folha de pagamentos vem causando polêmica no Brasil e fazendo com que estudiosos e especialistas se posicionem contra ou a favor da medida.
O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, considerado o braço direito do ministro Paulo Guedes, porém, passou de crítico a apoiador da desoneração da folha de pagamentos, segundo ele, graças a diferenças entre as medidas.
Sachsida criticou a desoneração realizada pelo governo Dilma em um estudo publicado ao fim de 2018 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e assinado pelo secretário em conjunto com outros pesquisadores.
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A chamada desoneração da folha de pagamentos foi uma política pública instituída a partir de 2011 que previa a eliminação da contribuição previdenciária de 20% sobre a folha salarial e a instituição de uma nova contribuição sobre a receita bruta das empresas, que variava de 1% a 4,5%.
Na publicação, os autores afirmam que os resultados obtidos apontam para a ausência de efeitos da política sobre o volume de empregos. “Não há evidências robustas de efeitos reais positivos da desoneração”, disseram os autores do texto.
“Em função da magnitude da renúncia fiscal concedida pela desoneração,
a revisão da desoneração é uma proposta para o debate”, afirmaram, à época.
A desoneração da folha chegou a abranger cerca de 60 setores produtivos da economia brasileira, entre tecnologia da informação (TI), call centers, hoteleiro, têxtil, automotivo, entre outros. Estudos mostraram, posteriormente, que a União abriu mão de cerca de R$ 68 bilhões entre 2012 e 2016.
Saschida aponta diferenças entre as propostas de desoneração da folha
Procurado pelo SUNO Notícias, o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que não mudou de opinião em relação a desoneração da folha de pagamentos.
Segundo Saschida, a maneira com que a política foi feita no passado era tecnicamente equivocada.
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“Era uma desoneração temporária e parcial (só se aplicava a determinados setores). Sendo transitória, várias empresas apenas aproveitaram para recompor temporariamente suas margens (e não para contratar mais empregados). Sendo para setor específico, acabou por piorar a alocação de fatores na economia”, disse, em nota.
O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia afirmou ainda que a desoneração proposta pelo governo Bolsonaro é permanente e será para todos os setores.
“Sendo assim, os efeitos serão distintos, tendo essa desoneração o potencial de gerar e formalizar mais empregos”, concluiu Saschida sobre a nova proposta de desoneração da folha de pagamentos.