O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que está confiante de que o Senado seguirá o caminho da Câmara e aprovará a reforma do Imposto de Renda. A declaração foi realizada em evento do Credit Suisse.
Guedes repetiu que o espírito da reforma é seguir a Organização para Cooperação e Desenvolvimento (OCDE), voltando a taxar lucros e dividendos e desonerando as empresas.
O ministro da Economia disse que, inicialmente, queria reduzir a tributação do faturamento corporativo de 34% para 21,5%, mas não conseguiria compensação e, então, aceitou na negociação a queda de 8 pontos percentuais, para 26%.
Mas repetiu que, se a arrecadação surpreender e houver superávit, vai passar esse ganho em novas redução de carga tributária.
Para pessoas físicas, Guedes disse que a correção da tabela do Imposto de Renda vai beneficiar 32 milhões de contribuintes e acrescentou que o governo não vai mexer nas alíquotas, pois se houver inflação à frente, as pessoas pagariam imposto inflacionário.
“Queremos que todos saibam que inflação é perda para todos”, disse.
O ministro disse que o governo vai continuar privatizando estatais até o fim do mandato e que o desinvestimento é o caminho para reduzir a relação dívida/PIB. “Vamos vender os Correios, vamos vender a Eletrobras (ELET3) este ano, imóveis”, disse, no evento do Credit Suisse.
Também comentou que o presidente da Câmara, Arthur Lira, está a favor de sua proposta de desvincular e desindexar a economia, uma herança do período de hiperinflação, que dificulta o planejamento e a execução orçamentária.
Guedes diz acreditar em solução para precatórios dentro do teto de gastos
Ainda no evento do Credit Suisse, o ministro afirmou que se reunirá na próxima semana com os presidentes das duas Casas do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) para discutir o pagamento dos precatórios em 2022.
“Acredito que encontraremos uma solução para precatórios respeitando o teto de gastos”, afirmou.
Na quinta (9), o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que retira os precatórios do teto de gastos (regra que limita o crescimento das despesas à variação da inflação).
“É nosso dever alertar outros poderes de que suas decisões têm consequências econômicas”, disse Guedes nesta sexta.
Com informações do Estadão Conteúdo