Guedes ao FMI: Política monetária segue acomodatícia e mercado, resiliente

Segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, mesmo com o aumento dos juros definido pelo Banco Central no mês passado, a política monetária brasileira permanece “muito acomodatícia” e o setor financeiro, que estava muito bem posicionado quando a crise estourou, tem mostrado “notável resiliência”.

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Estas são algumas das observações feitas por Guedes em um documento enviado ao Fundo Monetário Internacional (FMI), que foi publicado nesta terça-feira (6). O texto é uma formalidade que antecede o Comitê Monetário e Financeiro Internacional (IMFC, na sigla em inglês) da Reunião de Primavera do Fundo, marcado para a quinta-feira (8) e traz a visão pública do ministro sobre vários temas.

Sobre o Brasil, ele descreve que o país está reformulando suas ferramentas para sustentar um forte período de recuperação.

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Na avaliação de Guedes, a economia doméstica se recuperou acentuadamente no segundo semestre do ano passado, depois que políticas de apoio das áreas fiscal e monetária à política financeira amorteceram o choque inicial da pandemia de coronavírus e lançaram as bases para uma forte recuperação.

O documento enfatiza a expansão da poupança e do crédito e cita que este é um bom presságio para o aumento da atividade econômica à medida que as restrições impostas pela pandemia se dissipam. O texto menciona, porém, que uma nova onda de covid-19 lança maior incerteza e estresse do que o normal para o cenário atual.

Guedes diz a FMI que previsão de crescimento é de 3,2% no ano

No documento, Guedes informa os demais participantes do comitê que a criação de empregos formais registrou um recorde de 260 mil para o mês de janeiro e que a previsão do governo é a de que a economia cresça 3,2% este ano. Ele também explica que a nova rodada de apoio à renda para os mais vulneráveis estava vinculada a medidas estruturais de disciplina fiscal.

“A assistência de emergência foi reinstaurada junto com uma emenda constitucional para reancorar as contas fiscais e garantir uma redução da trajetória da dívida pública no médio prazo”, traz o texto que fala do “amplo apoio parlamentar” à medida.

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Sobre a atuação do Banco Central, o Guedes diz que a instituição iniciou um processo de normalização parcial da política monetária. “O aumento sustentado nos preços das commodities e depreciação cambial, acompanhada da retomada da economia atividade e mercado de trabalho formal têm levado a ajuste para cima da inflação e das expectativas. Cumprindo seu mandato, o Banco Central elevou a taxa básica de juros para garantir que a inflação e as expectativas de inflação sigam dentro da meta para o horizonte relevante para a política monetária.”

No texto, é dito que as reformas estão em andamento no país – citando a da Previdência, a PEC emergencial e a autonomia do próprio BC. Sobre a agenda futura, o governo cita que há “diversas iniciativas”, como a reforma tributária, flexibilização do mercado de trabalho e novos marcos regulatórios para gás natural, cabotagem, saneamento e mercado de câmbio.

“Em suma, a abordagem para impulsionar o crescimento sustentável e inclusivo no Brasil é tripla: intensificar a vacinação em massa, fornecer apoio fiscal de curto prazo juntamente com a consolidação orçamental a médio prazo e a prossecução das reformas pró-mercado”, termina o ministro da Economia Paulo Guedes.

(Com Estadão Conteúdo)

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Vitor Azevedo

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