Grupo Soma (SOMA3) e Arezzo (ARZZ3) lideraram as quedas do Ibovespa nesta quarta; entenda por quê
As ações do Grupo Soma (SOMA3) e da Arezzo (ARZZ3) despencaram nesta quarta-feira (03) no Ibovespa, liderando as perdas do índice, com o mercado repercutindo efeitos relacionados à fusão entre as duas empresas, anunciada no início do ano.
As ações do Grupo Soma (SOMA3) tiveram a maior perda do Ibov hoje, com -6,85% a R$ 6,93. As ações da Arezzo (ARZZ3) vieram logo na sequência, com -6,18% a R$ 58,75.
Cotação ARZZ3
“Como a gente teve toda essa fusão recente e com o anúncio recente do diretor-financeiro da Arezzo de que poderia ter um benefício de até R$ 700 milhões de base de cálculo para juros sobre capital próprio (JCP) e esse ter sido um dos motivos para a fusão com a Soma, contar isso como certo com toda essa questão de reforma tributária, causa uma aversão ao risco. Pode ser um dos motivos”, disse Enrico Cozzolino sócio e head de análise da Levante Investimentos.
Em relatório divulgado no fim de março, o Itaú BBA disse que enxerga um grande potencial de valorização na tese com o reconhecimento de sinergias vindo da fusão com a Arezzo, especialmente na geração de receitas adicionais pela exploração de calçados e acessórios das marcas do Grupo Soma.
“Esperamos mais granularidade no potencial de geração de valor vindo das sinergias durante os próximos meses”, pontuou o Itaú BBA.
No fim de março, a Superintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (SG/Cade) aprovou a operação de fusão entre a Arezzo e o Grupo Soma, anunciada em fevereiro. O acordo envolve um faturamento avaliado em R$ 12 milhões.
A fusão entre Arezzo e Grupo Soma foi aprovada em rito sumário, isto é, a análise feita pelo órgão nos casos em que, pela simplicidade da operação, são considerados de menor potencial ofensivo à concorrência.
Caso o tribunal do Cade não destaque o ato de concentração para análise ou não haja interposição de recurso de terceiros interessados, no prazo de 15 dias, as decisões da Superintendência-Geral terão caráter terminativo e as operações estarão aprovadas definitivamente.
A Superintendência do Cade afirma que, considerando que as estimativas de market share das empresas nos mercados horizontalmente sobrepostos situam-se abaixo de 20% e que as estimativas de participação e mercado nos mercados verticalmente integrados situam-se abaixo de 30%, a operação não deve acarretar prejuízos ao ambiente concorrencial.
Na negociação, foi considerada uma cláusula de não concorrência, impedindo, portanto, que o “bloco Birman” e os acionistas de referência do Grupo Soma possam participar de qualquer forma como consultores, sócios ou investidores de quaisquer atividades no comércio de varejo, atacado e industrialização, além de demais concorrentes ao grupo.
Eles também ficam impedidos de estabelecer qualquer tipo de relacionamento comercial com os clientes da empresa resultante, visando prestar, direta ou indiretamente, serviços a tais clientes que sejam, de qualquer forma, relacionados às atividades concorrentes.
Ainda de acordo com o contrato de fusão entre Arezzo e Grupo Soma, o compromisso vale por todo o período até o 2º aniversário da data em que se deixar de ser acionista da empresa resultante, ou pelo prazo de cinco anos contatos da celebração do acordo de acionistas, o que ocorrer por último, salvo se com autorização específica e por escrito do conselho de administração da empresa resultante.