O Grupo Soma (GSOM3) apresentou, na noite da última quinta-feira (27), seu primeiro balanço trimestral desde que realizou sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). A empresa obteve um prejuízo de R$ 32,7 milhões, contra um lucro líquido de R$ 18,8 milhões no mesmo período do ano passado.
A companhia, no entanto, ressaltou que o resultado líquido ajustado ficou negativo em R$ 18,4 por conta de alguns efeitos não recorrentes, que, dentre eles, o Grupo Soma destaca: provisões para a crise da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), exclusão dos impactos gerados pelo vesting antecipado das ações de incentivo de longo prazo dada pela abertura de capital, e marcação das opções entre o grupo e seus sócios, uma vez que teve efeito não caixa.
A receita líquida da empresa foi de R$ 188,4 milhões, uma queda de 37% em comparação ao mesmo período do ano passado. Na comparação de semestre para semestre, a empresa teve um faturamento 19% menor, saindo de R$ 592,7 milhões para R$ 482,9 milhões.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ficou negativo em R$ 26,3 milhões, fazendo com que a margem negativa fosse de -14%. O resultado, segundo a companhia, foi impactado pela estratégia de escoamento dos estoques da coleção do primeiro semestre e pelo carrego dos custos fixos das lojas físicas por um período maior do que o inicialmente previsto. O grupo também justifica o resultado negativo pela manutenção integral de todos os empregos em meio à crise.
A empresa destaca o volume de vendas do e-commerce, que atingiu R$ 185,7 milhões no segundo trimestre, um crescimento de 189,3% na relação anualizada. “Tal entrega só foi possível pela total integração dos estoques e pela maturidade da nossa operação omnichannel, que cresceu 125% no período”, explica o Soma.
Ainda no e-commerce, a companhia diz que a base ativa de clientes cresceu 80% nos segundo trimestre frente ao mesmo período de 2019. O share da base on-line da varejista já representa cerca de 50% da base ativa total, de acordo com o documento divulgado.
Posição de caixa e endividamento do Soma
O grupo salientou que encerrou o segundo trimestre com uma posição de caixa de R$ 136,2 milhões após ter realizado algumas captações com o “intuito de reforçar a estrutura de capital da companhia, especialmente a partir do cenário da pandemia”.
A estratégia comercial da companhia teria ajudado na proteção do caixa e no giro de estoques, contribuindo para a posição de liquidez ao fim de junho. Em julho, a empresa recebeu o aporte de R$ 1,35 bilhão devido à abertura de capital na Bolsa de Valores de São Paulo (B3).
A dívida líquida da empresa encerrou o período de abril a junho na ordem de R$ 317,9 milhões. Além disso, o Soma informou que o aging dos empréstimos por trimestre dos próximos 12 meses totaliza R$ 269 milhões.