O Grupo Mateus (GMTA3) anunciou na quarta-feira (29) que assinou um memorando de entendimento sobre uma potencial combinação entre suas lojas com o Novo Atacarejo, motivado pelos parques de lojas altamente complementares. A XP vê a fusão como positiva.
A fusão de negócios deve envolver as 21 lojas do Grupo Mateus em Pernambuco, Alagoas e Paraíba com o Novo Atacarejo, resultando em uma parceria com 50 lojas, na qual o GMTA passará a deter o controle acionário (51%).
O Novo Atacarejo vai gerenciar as operações no dia a dia, com 49% de participação, enquanto a governança da “NewCo” ainda não ser definida.
Embora os números de valuation não tenham sido divulgados, o Grupo Mateus observou que deve ser baseado em vendas brutas anualizadas do acumulado do ano, assumindo um nível de rentabilidade semelhante para ambas as empresas.
“A curva de maturação mais rápida do GMAT é compensada por um maior número de lojas ainda em maturação (14 lojas), enquanto o Novo é o cenário contrário”, explica a XP.
Para o Grupo Mateus, a principal motivação por trás do acordo foi uma forte sobreposição de lojas entre Novo e GMAT, com ambos visando às mesmas áreas e até sofrendo pressões inflacionárias sobre os preços de aluguéis/terrenos. “Com a transação, o GMAT deve se beneficiar de um parque de lojas altamente complementar, bem como da expertise da diretoria do Novo na região”, pontua a XP.
Na visão da research, o negócio é estrategicamente positivo, pois fortalece a presença do GMAT no Nordeste, mitiga riscos de execução e competitivos nessas cidades, ao mesmo tempo em que pode render sinergias de capital de giro e despesas.
“Além disso, também deve permitir que a empresa foque na expansão em outros estados, acelerando sua consolidação na região”, conclui a XP.
Assaí e Grupo Mateus são as preferidas da XP
Em relatório sobre a dinâmica da inflação de alimentos e suas implicações para as varejistas alimentares em 2024, a XP (XPBR31) elegeu o Assaí (ASAI3) e o Grupo Mateus como as preferidas do setor, embora a questão sobre as tendências climáticas ainda sejam um ponto de alerta.
Ao citar as duas empresas, a XP reforça sua visão construtiva sobre o varejo alimentar, apoiada pela dinâmica positiva de vendas mesmas lojas (SSS), expansão da margem devido à maturação das lojas e alavancagem operacional, além de menor despesa financeira devido à desalavancagem e à redução das taxas de juros.
“Continuamos a ver o atacarejo como o melhor formato para estar exposto no segmento, pois ele deve beneficiar da perspectiva mais benigna da inflação e ser um dos primeiros da fila a se beneficiar do aumento do orçamento dos consumidores devido à sua proposta de valor atrativa”, escrevem os analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer.
“Além disso, vemos espaço para surpresas positivas no crescimento do SSS, o que levaria a revisões de lucros para cima. Como referência, estimamos que, para cada expansão de +1 p.p do SSS nas operações de atacarejo, os lucros de 2024 aumentam em +6% para a ASAI3, +3% para a Grupo Mateus e +2% para a CRFB3″, completam.
Desempenho anual das ações do Grupo Mateus
Cotação GMAT3