Grupo Mateus (GMAT3) tem lucro líquido de R$ 236 milhões, alta de 64,6%
O Grupo Mateus (GMAT3) registrou um lucro líquido de R$ 236 milhões no terceiro trimestre deste ano. Esse valor é equivalente ao avanço de 64,6% na comparação com o mesmo período no ano passado, quando havia registrado R$ 143,1 milhões.
A receita líquida foi de R$ 3,6 bilhões, com crescimento de 51,6% na comparação com o terceiro trimestre de 2019. No acumulado do ano, a receita do Grupo Mateus atingiu R$ 8,7 bilhões, superior em 38,3% aos nove meses de 2019.
O Ebitda ajustado (lucro antes de juros, depreciação e amortização) totalizou R$ 325 milhões no período de julho a setembro, alta de 65,6%. A margem Ebitda ajustada foi de 8,9% contra 8,2% no terceiro trimestre do ano passado. O Grupo Mateus inaugurou oito lojas no trimestre e 25 lojas nos nove meses de 2020.
As despesas administrativas, gerais e de vendas totalizaram R$ 567 milhões, crescimento de 26,6% comparado com o mesmo período em 2019. A dívida líquida ao final de setembro totalizou R$ 489 milhões, um crescimento de 10,2%.
Essa é a primeira divulgação do grupo após a sua abertura de capital que aconteceu no mês passado.
Grupo Mateus movimenta R$ 4,6 bi em IPO, maior abertura de capital
O Grupo Mateus chegou à Bolsa de Valores de São Paulo (B3) quebrando dois recordes. Com arrecadação de R$ 4,63 bilhões, será a maior oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) de 2020, até agora. Além disso, a companhia fará a maior estreia de uma empresa com origem na Região Nordeste da história da Bolsa brasileira.
A ação saiu a R$ 8,97, piso da faixa indicativa de preço. A demanda foi robusta desde o lançamento da oferta, batendo cinco vezes o volume ofertado, segundo fontes ouvidas pelo jornal “O Estado de S.Paulo”. Além do lote principal, o Grupo Mateus também colocou no mercado cerca de 75% do lote adicional.
Por causa da demanda de investidores, havia a possibilidade de se buscar um preço maior para o papel, mas optou-se pela estratégia de evitar que a estreia, marcada para o dia 13 deste mês, fosse seguida por um movimento de vendas, explicou uma pessoa próxima ao assunto.
Outra fonte próxima ao tema disse que o fundador do grupo, Ilson Mateus, procurou dar preferência a investidores institucionais que mostraram interesse em apoiar o negócio no longo prazo. “O posicionamento dele no processo foi muito maduro”, disse a fonte. O Grupo Mateus é o quarto maior atacarejo do País, hoje com 137 lojas no Maranhão, Pará e Piauí. Ilson Mateus construiu a rede que atualmente emprega mais de 20 mil pessoas do zero, começando com uma pequena mercearia.
O negócio foi crescendo até atingir quase R$ 10 bilhões de faturamento, em 2019. Apesar da atuação regionalmente restrita, a companhia hoje só fica atrás do Assaí (do GPA), Atacadão (do Carrefour) e do grupo chileno Censosud no nicho de atacarejos. No mercado financeiro, o fundador do Grupo Mateus está sendo chamado de “Sam Walton brasileiro”. Walton é o fundador da norte-americana Walmart, maior rede de varejo do mundo. Com a oferta e dinheiro no caixa, o objetivo do empresário é acelerar a expansão do grupo.