Grupo Mateus (GMAT3): acidente não deve afetar potencial, diz especialista

O acidente ocorrido no Mix Atacarejo, em São Luís (MA), noite da última sexta-feira (2), não deve afetar de forma substancial a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) do Grupo Mateus (GMAT3), segundo analistas ouvidos pelo SUNO Notícias.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/06/1420x240-Banner-Home-1.png

Apesar de, em razão do ocorrido, o Grupo Mateus ter aberto um prazo para desistência  investidores não institucionais que já apresentaram seu Pedido de Reserva até o dia 9 de outubro, o acidente não deve mudar o racional sobre a companhia.

Para Pedro de Marco, analista da Reach Capital, a queda de gôndolas de produtos em cascata que levou à morte de uma funcionária sinaliza que a empresa precisa ter mais atenção aos compromissos sociais, mas não deve mexer no potencial de longo prazo.

Suno One: acesse gratuitamente eBooks, Minicursos, Artigos e Video Aulas sobre investimentos com um único cadastro. Clique para saber mais!

“Foi uma fatalidade com certeza, mas não é a algo que seria um deal breaker. Claro que é um pushback ruim e sinaliza que a empresa precisa aumentar o compromisso social, mas em termos de preço e de demanda se fossemos lidar com o booking, não mudaria”, disse.

Não à toa, de acordo com o jornal “O Estado de S. Paulo”, a demanda supera quase três vezes a oferta do IPO. Segundo de Marco, o Grupo Mateus tem um modelo de potencial e também não encontra grandes concorrentes na região Nordeste do Brasil, onde atua.

“Os players que teriam potencial para concorrer seriam Pão de Açúcar e Carrefour, mas eles não estão muito focados nisso”, afirmou.

Segundo o analista da Reach Capital, o Grupo Mateus consegue investir em logística e na cadeia de distribuição, além de focar em pontos onde outros concorrentes não conseguem entregar uma boa experiência ao cliente, como o setor de açougue e padaria.

“O modelo é bom, tem potencial, e ele conseguiu diferenciar com açougue e padaria, que é um diferencial, entregando um bom valor e, com isso, uma margem boa”, disse ele.

Grupo Mateus inclui acidente em prospecto

O Grupo Mateus optou por incluir a descrição do acidente no Prospecto Preliminar da Oferta, em “Eventos Recentes”.

No documento, o Grupo Mateus aponta no parágrafo sobre “Fatores de risco relacionados a nós”, na seção 4,1, que o acidente “ocasionou efeito adverso sobre nossos negócios e imagem, podendo ainda ocasionar futuramente efeito adverso relevante adicional”.

A empresa destaca ainda que até o momento as causas do acidente permanecem sob investigação. Os demais termos e condições da oferta seguem inalterados.

Com demanda forte desde o seu lançamento, a abertura de capital do Grupo Mateus tem ordens perto de três vezes o volume oferecido, se for considerado o piso da faixa indicativa de preço para as ações, estabelecida em prospecto entre R$ 8,97 e R$ 11,66. Se o IPO do quarto maior atacarejo do Brasil sair a esse valor e forem vendidos os lotes extras, a oferta movimentará R$ 4,8 bilhões.

O grupo se posicionará, assim, como a maior abertura de capital na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) de 2020, até aqui. A demanda ainda poderá crescer, visto que a ação só terá o preço fixado na próxima quinta-feira, dia 8. A estreia da empresa na B3 está prevista para 13 de outubro.

O Ministério Público do Trabalho (MPT) no Maranhão abrirá um inquérito para investigar as razões do desabamento de prateleiras no Mix Atacarejo, que pertence ao Grupo Mateus.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/06/1420x240-Banner-Home-1-1.png

Vinicius Pereira

Compartilhe sua opinião