Grupo Handz, da Gocil, entra com pedido de recuperação judicial, diz jornal
O Grupo Handz, controlador de empresas como a de segurança Gocil, entrou com um pedido de recuperação judicial avaliado em R$ 1,758 bilhão, segundo o jornal Valor Econômico. O pedido foi apresentado na sexta-feira (29) à 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo.
Além da prestação de serviços de segurança, o grupo atua nas áreas de agronegócio e imobiliário (por meio da holding imobiliária Maná). De acordo com o pedido dos advogados, apesar de atuar em segmentos diferentes, as empresas dependem uma das outras para a continuidade da operação, diz a publicação.
No caso do setor de agronegócio, o grupo informou à Justiça que os investimentos necessários para o aumento da produção “demandaram alto índice de alavancagem financeira” e que os custos de produção aumentaram de forma significativa por fatores como a guerra da Ucrânia e a alta do câmbio.
“Na conjuntura vigente, ainda que o mercado nacional de agronegócios esteja no processo de retomada de sua lucratividade, a crise financeira pela qual passa o Grupo Handz retira-lhe o poder de reação necessário para, sozinho, retomar de sua normalidade”, diz um trecho, divulgado pelo Valor.
- Em sinal de paz, Bradesco (BBDC4) e Americanas (AMER3) chegam a acordo sobre dívida da recuperação judicial
- Novo episódio da crise: do grupo da 123milhas, Maxmilhas pede recuperação judicial em caráter de urgência
- Justiça de MG suspende recuperação judicial da 123 milhas após recurso do Banco do Brasil (BBAS3)
Já o ramo de prestação de serviços também enfrentou desafios em um cenário de queda da demanda desde a pandemia, alta dos juros e pressão de preços vinda da concorrência e de seus clientes. “As requerentes não pouparam esforços para fazer frente às suas obrigações, e conseguiram, por muito tempo, se manter adimplentes com seu endividamento”, diz o pedido.
“Todavia, as dívidas financeiras dilataram-se de tal forma que fazer frente a elas se tornou insustentável”, diz um outro trecho do pedido de recuperação judicial.
Em nota enviada ao Valor Econômico, o Grupo Handz afirma que o pedido de recuperação judicial visa “preservar o emprego de seus 20 mil colaboradores, a perfeita continuidade da manutenção de seus serviços seus clientes, além do total, pontual e perfeito compromisso com os funcionários, fornecedores, parceiros comerciais e ex-colaboradores, resguardando a relação capital trabalho”.