A aquisição do Grupo Abril pelo empresário Fábio Carvalho foi concluída nesta quarta-feira (17). A venda foi fechado com base em um contrato de compra e venda assinado por Carvalho e a família Civita, fundadora do grupo.
Dessa forma, a família não controla mais o Grupo Abril, que é composto de 23 empresas. Está previsto ainda que Carvalho se torne o novo presidência da companhia. O empresário é especialista em assumir empresas em dificuldades.
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“O time liderado pelo advogado tem o desafio de consolidar a transição dos títulos para as plataformas digitais, mantendo a qualidade do jornalismo”, informou a Abril.
O negócio já foi aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Ao todo, o grupo soma uma dívida de R$ 1,6 bilhão e está em recuperação judicial. Um assembleia para debater o plano de recuperação da companhia está marcada para o dia 25 de maio.
“Após um processo longo para a conclusão de uma transação muito complexa, as energias agora se focam nos desafios da restruturação do grupo. Temos muita confiança nos méritos do grupo e na nossa visão para a trajetória de sucesso da Abril”, diz Carvalho.
Compra da BTG
No mês passado, a BTG comprou um dos títulos mais tradicionais da editora, a revista e o portal da revista Exame. A transferência da Exame para o banco faz parte do acordo firmado entre Fabio Carvalho, comprador da Abril, e o banqueiro André Esteves, que financiou o negócio.
Além da revista, o site da “Exame” é outro ponto que atrai o banco, que deve emplacar seus produtos de investimentos para o varejo de alta renda (BTG Pactual Digital), na plataforma.
Recuperação judicial
A Abril está em recuperação judicial desde agosto. E um dos maiores problemas desse processo é que a empresa tem uma dívida muito alta e poucos ativos.Eles se resumem basicamente ao prédio da gráfica em São Paulo e as marcas das revistas.
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Em dezembro de 2018 a família Civita, fundadora da Abril, vendeu sua participação no grupo para o empresário Fábio Carvalho. A operação foi realizada com o apoio do banco BTG, mas não resolveu a questão da dívida bancária. O ponto mais delicado para o futuro da Abril. Se nenhum acordo for alcançado com os principais credores, eles poderiam até tomar o controle da empresa. Ou, simplesmente, rejeitar o plano de recuperação judicial e levar a falência a Abril.
Se de um lado os bancos credores não querem ser responsáveis pela quebra da editora, por outro lado o corte das dívidas previsto nas propostas em discussão é muito relevante.
Três frentes de negociação
A negociação com os bancos é levada adiante por três grupos:
- Enforce, braço de recuperação de ativos do BTG
- Guilder Capital, em conjunto com um grupo de empresários
- Jive Asset Management, especialistas em empresas em crise
A proposta da Enforce prevê o pagamento de apenas 8% das dívidas. Entretanto, não inclui participação na venda posterior de ativos. A Enforce trabalha com Fábio Carvalho, e a proposta prevê que o empresário administraria a empresa. Por sua vez, o BTG utilizaria a base de clientes da revista “Exame”. O objetivo do banco é lançar uma plataforma de notícias financeiras partido da maior revista de economia do Brasil.
Por sua vez, a Jive apresentou uma proposta de pagamento de 3% do crédito, com a participação em 20% dos valores obtidos vendendo os ativos da empresa. Ao contrário, a Guilder Capital apresentou uma proposta que prevê o pagamento imediato de um valor simbólico de R$ 1.000, quitar as dívidas dos ex-funcionários com as vendas dos ativos e só depois pagar os bancos. Nesse caso, as instituições financeiras receberiam seu dinheiro de volta somente ao longo dos anos.
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A proposta da Guilder é de longo prazo e teria o apoio de um grupo de empresários que quis se manter anônimo. O objetivo é criar uma fundação para recuperar e gerir a Editora Abril, garantindo assim sua independência jornalistica.
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