Desde setembro em suspensão após um caso de gripe aviária, o governo japonês retirou o embargo sobre a importação de carne de frango e ovos de Mato Grosso do Sul, conforme anunciado pelo Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca do país (MAF) em comunicado divulgado na sexta-feira, 20.
A suspensão temporária estava em vigor desde 19 de setembro, após um caso de influenza aviária de alta patogenicidade (IAPP, vírus H5N1) ser detectado em uma galinha de produção de subsistência em Bonito (MS).
O levantamento do embargo aconteceu após o Brasil enviar informações detalhadas sobre as medidas de prevenção da doença ao Japão, conforme afirmou o governo japonês. Segundo o MAF, “o Estado de Mato Grosso do Sul no Brasil está livre da gripe aviária“, disse a pasta na nota.
Entretanto, o Japão manteve a restrição à importação de aves vivas e pintinhos de um dia de Mato Grosso do Sul. Esta medida visa evitar qualquer risco de contaminação às aves locais e por questões de higiene alimentar.
“Confirmamos que as aves do Estado estão livres da doença. Portanto, com base nas condições bilaterais de importação, a suspensão temporária das importações de carne de aves e ovos do Estado foi levantada a partir de hoje”, afirmou o ministério japonês na nota.
Impactos da gripe aviária: Consumo japonês de carne de frango
De acordo com dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Mato Grosso do Sul envia aproximadamente 2,5 mil toneladas de carne de frango para o Japão mensalmente, o equivalente a 0,7% das exportações totais mensais do Brasil.
Apesar da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) afirmar que casos de influenza aviária em aves silvestres e de subsistência não afetam o status do Brasil como país livre da IAPP e não impõem restrições ao comércio internacional de produtos avícolas brasileiros, o Japão tem políticas mais restritivas. O país impõe embargos em casos de criação doméstica, como já ocorreu em estados como Espírito Santo, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
O Japão concordou em limitar o comércio apenas ao município afetado, mas a medida ainda precisa ser formalizada.
O Japão é o segundo maior consumidor dos produtos avícolas do Brasil e já aplica embargo comercial em casos de subsistência, como ocorreu no Espírito Santo, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
Até o momento, o país aplica uma restrição retroativa de 21 dias aos embarques do estado com casos de criação doméstica, avaliando a reabertura do mercado após 28 dias de embargo.
Com informações de Estadão Conteúdo.