O Ministério da Agricultura informou que três novos focos de gripe aviária de alta patogenicidade (IAAP, vírus H5N1) em ave silvestre foram detectados no Brasil. No total, há 72 casos da doença em aves silvestres no País e dois focos em produção de subsistência, de criação doméstica.
De acordo com o ministério, há outras cinco investigações em andamento, com coleta de amostra e sem resultado laboratorial conclusivo.
As notificações em aves silvestres e ou de subsistência não comprometem o status do Brasil como país livre de IAAP e não trazem restrições ao comércio internacional de produtos avícolas brasileiros, conforme prevê a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
Gripe aviária: estados declaram emergência zoossanitária
Na última terça-feira (25), mais quatro estados atenderam à recomendação do Ministério da Agricultura e declararam emergência zoossanitária. A medida foi adotada por Espírito Santo, Bahia, Mato Grosso do Sul e Tocantins e tem validade de 180 dias. Dias antes, na sexta-feira (21), Santa Catarina já havia declarado a entrada na fase de emergência.
A recomendação é do Ministério da Agricultura para os estados: aqueles que indicam estar em situação de emergência zoossanitária poderão acessar recursos da União para conter o avanço da gripe aviária.
O governo federal já havia declarado o estado de emergência em todo o território nacional em 22 de maio, o que possibilitou a liberação de R$ 200 milhões em recursos direcionados para ações de controle e combate à influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP).
Governo federal e ES: medidas contra a gripe aviária
As declarações de emergência zoossanitária permitem que os estados tenham acesso a recursos financeiros federais para a implementação de ações de prevenção e enfrentamento da doença.
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, informou que a decisão foi tomada após uma agenda com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e demais governadores na última semana. O Estado possui 29 casos confirmados da doença, sendo 28 em aves silvestres e um em produção de subsistência, chamado de criação doméstica.
Bahia e Mato Grosso do Sul aderiram à emergência zoossanitária
A Bahia publicou decreto semelhante no último sábado (22), justificando que a medida segue “acordo nacional” entre o ministério e os estados. O governador Jerônimo Rodrigues ressaltou que “essa ação articulada entre os Estados e o governo federal é um jeito de mostrar nossa responsabilidade com a produção de aves e respeito aos grandes produtores. Mas, também, à produção em pequena escala, que vai desde o produtor de quintal a uma granja de menor porte. Ou seja, ao sistema da produção de alimentos e à economia nacional”
A Bahia faz parte de uma das principais rotas migratórias de aves silvestres que atravessam o continente, a Rota Nordeste Atlântica. O Estado acumula quatro casos registrados em aves silvestres.
No Centro-Oeste, o estado do Mato Grosso do Sul informou que, mesmo sem focos de influenza aviária de alta patogenicidade, irá reforçar as ações preventivas e de monitoramento para evitar a entrada do vírus. O Estado solicitou ao governo federal o aporte de R$ 2,7 milhões para reforçar as barreiras sanitárias e as unidades móveis de fiscalização.
Segundo o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, em nota oficial, o estado está desde fevereiro com barreiras sanitárias em Corumbá. “Inclusive, junto com a Avimasul (Associação de Avicultores), colocamos o arco sanitário para desinfecção de caminhões. Agora estamos com barreiras na fronteira com o Paraguai.”
Tocantins na rota de aves migratórias
Tocantins também declarou emergência zoossanitária, visando garantir a efetividade de medidas de prevenção e enfrentamento, e reforça o alerta para a eventual entrada do vírus no Estado.
Segundo nota da Agência de Defesa Agropecuária (Adapec) do Tocantins, a declaração possibilitará acesso aos recursos financeiros federais, logística e demais materiais necessários para execução das ações preventivas. ” Além disso, a Adapec ressalta que a rota “Brasil Central” de aves migratórias compreende os rios Araguaia e Tocantins e passa pelo território do Estado.
O aumento dos casos de gripe aviária tem preocupado as autoridades ao longo deste ano, enquanto que a declaração de emergência zoossanitária é uma tentativa de conter o avanço da doença e evitar prejuízos econômicos para o setor de avicultura.
Com informações de Estadão Conteúdo