Em meio ao avanço de casos da gripe aviária no país, mais quatro estados atenderam à recomendação do Ministério da Agricultura e declararam emergência zoossanitária. A medida foi adotada por Espírito Santo, Bahia, Mato Grosso do Sul e Tocantins e tem validade de 180 dias. Na última sexta-feira (21), Santa Catarina já havia declarado a entrada na fase de emergência.
A recomendação é do Ministério da Agricultura para os estados: aqueles que indicam estar em situação de emergência zoossanitária poderão acessar recursos da União para conter o avanço da gripe aviária.
O governo federal já havia declarado o estado de emergência em todo o território nacional em 22 de maio, o que possibilitou a liberação de R$ 200 milhões em recursos direcionados para ações de controle e combate à influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP).
Governo federal e ES: medidas contra a gripe aviária
As declarações de emergência zoossanitária permitem que os estados tenham acesso a recursos financeiros federais para a implementação de ações de prevenção e enfrentamento da doença.
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, informou que a decisão foi tomada após uma agenda com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e demais governadores na última semana. O Estado possui 29 casos confirmados da doença, sendo 28 em aves silvestres e um em produção de subsistência, chamado de criação doméstica.
Bahia e Mato Grosso do Sul aderiram à emergência zoossanitária
A Bahia publicou decreto semelhante no último sábado (22), justificando que a medida segue “acordo nacional” entre o ministério e os estados. O governador Jerônimo Rodrigues ressaltou que “essa ação articulada entre os Estados e o governo federal é um jeito de mostrar nossa responsabilidade com a produção de aves e respeito aos grandes produtores. Mas, também, à produção em pequena escala, que vai desde o produtor de quintal a uma granja de menor porte. Ou seja, ao sistema da produção de alimentos e à economia nacional”
A Bahia faz parte de uma das principais rotas migratórias de aves silvestres que atravessam o continente, a Rota Nordeste Atlântica. O Estado acumula quatro casos registrados em aves silvestres.
No Centro-Oeste, o estado do Mato Grosso do Sul informou que, mesmo sem focos de influenza aviária de alta patogenicidade, irá reforçar as ações preventivas e de monitoramento para evitar a entrada do vírus. O Estado solicitou ao governo federal o aporte de R$ 2,7 milhões para reforçar as barreiras sanitárias e as unidades móveis de fiscalização.
Segundo o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, em nota oficial, o estado está desde fevereiro com barreiras sanitárias em Corumbá. “Inclusive, junto com a Avimasul (Associação de Avicultores), colocamos o arco sanitário para desinfecção de caminhões. Agora estamos com barreiras na fronteira com o Paraguai.”
Tocantins na rota de aves migratórias
Tocantins também declarou emergência zoossanitária, visando garantir a efetividade de medidas de prevenção e enfrentamento, e reforça o alerta para a eventual entrada do vírus no Estado.
Segundo nota da Agência de Defesa Agropecuária (Adapec) do Tocantins, a declaração possibilitará acesso aos recursos financeiros federais, logística e demais materiais necessários para execução das ações preventivas. ” Além disso, a Adapec ressalta que a rota “Brasil Central” de aves migratórias compreende os rios Araguaia e Tocantins e passa pelo território do Estado.
O aumento dos casos de gripe aviária tem preocupado as autoridades ao longo deste ano, enquanto que a declaração de emergência zoossanitária é uma tentativa de conter o avanço da doença e evitar prejuízos econômicos para o setor de avicultura.
Com informações de Estadão Conteúdo.