Os funcionários dos Correios decidiram aderir a greve por tempo indeterminado. São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão e Tocantins, são alguns dos muitos Estados do país que decretaram paralisação geral da categoria a partir das 22h da última terça-feira (10).
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares (Sintect-SP), os trabalhadores “não tiveram” outra opção, após a direção da estatal e o governo se “negarem” a negociar com os funcionários.
“A direção dos Correios, a mando do governo se negou a negociar com os trabalhadores. Infelizmente não restou alternativa. Para manter nosso Acordo Coletivo, repor as perdas aos salários e manter os empregos vamos ter que lutar”, informou a Sintect-SP.
Os funcionários reivindicam:
- Prorrogação por 1 ano do acordo coletivo (venceu em 31 de julho)
- reposição salarial pela inflação de 12 meses
- garantia de vale alimentação
- garantia de plano de saúde.
“Entregar o setor postal a empresários loucos por lucro, jogar no lixo o atendimento a todos os cidadãos, a segurança nacional envolvida nas operações, a integração nacional promovida pelos Correios”, disse a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect).
Privatização dos Correios
Conforme o ex-presidente dos Correios, Juarez Aparecido de Paula Cunha, caso a empresa seja privatizada, os Correios não sobreviverão. “A Argentina privatizou e teve que retomar porque não deu certo. O Brasil é um país muito maior. Tenho quase certeza que esta decisão pode causar problema”, afirmou cunha.
Após a declaração do ex-presidente, Jair Bolsonaro declarou que Juarez havia “se comportado como um sindicalista”. Dessa forma, o mandatário do Brasil demitiu Cunha.
Confira Também: Privatização dos Correios será tratada depois da aprovação da reforma
Desse modo, o ex-ministro da Secretária-Geral da Presidência, general Floriano Peixoto Neto, assumiu o cargo de presidência da estatal.
Conforme o governo federal, o modelo de negócios da empresa estaria ultrapassado. Mas a empresa continua tendo um alto valor estratégico, necessitando apenas ser renovada para enfrentar novos desafios. Em particular, o crescimento das vendas on-line.
Além disso, duas gigantes já demonstraram interesse na aquisição dos Correios, a chinesa Alibaba Group e a norte-americana Amazon.