A greve dos caminhoneiros, marcada para a próxima segunda-feira, 1º de novembro, está mantida, conforme representantes reiteraram durante reunião realizada nesta quinta-feira (28) na Câmara dos Deputados e por videoconferência.
“Apresentamos a agenda, questionamos a política de preços dos combustíveis da Petrobras (PETR4), pedimos apoio aos deputados nas pautas e reforçamos a greve [dos caminhoneiros] para o dia 1º. O recado foi dado”, relatou o presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), Plínio Dias, ao Broadcast Agro, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Transportadores rodoviários autônomos e celetistas afirmam que vão paralisar as atividades em 1º de novembro caso o governo não atenda às reivindicações da categoria.
No encontro, caminhoneiros apresentaram suas demandas principalmente de cumprimento do piso mínimo do frete rodoviário, aposentadoria especial a partir de 25 anos e fim da política de preço da paridade de importação da Petrobras para combustíveis.
A reunião foi organizada pela Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas. Segundo o presidente da frente, deputado federal Nereu Crispim (PSL-RS), mais de 80 lideranças de caminhoneiros de vários Estados do País e quatro deputados participaram da reunião.
Integrantes do Executivo foram convidados mas não estiveram presentes, conforme o deputado. “A manifestação da maioria foi de que ainda dá tempo do governo tentar estabelecer uma conversa, mas sem discursos que afrontem à categoria”, disse Crispim à reportagem.
Na reunião, o deputado pediu mais diálogo e entendimento do governo em relação às demandas da categoria.
Centrais declaram apoio à greve de caminhoneiros
Centrais sindicais lançaram nesta quinta-feira nota de apoio à greve marcada por caminhoneiros para o dia 1.º de novembro. A greve tentou ser desmobilizada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), com a promessa de beneficiar pelo menos 750 mil caminhoneiros com o auxílio diesel no valor de R$ 400, anunciado na quinta-feira (21). O compromisso assumido pelo presidente, contudo, não agradou à categoria, que manteve a realização do movimento para a próxima segunda-feira.
“Centrais Sindicais apoiam a pauta e a greve dos caminhoneiros”, diz a nota. “Os caminhoneiros, através das suas organizações, têm atuado para viabilizar as demandas e propostas há muito apresentadas e que não têm obtido retorno por parte do governo federal”, continua.
Em crítica à gestão governamental sobre o tema, centrais afirmam que a inflação “se expressa na alta dos preços da energia elétrica e dos combustíveis”, ressaltando que esses são de responsabilidade do Executivo, “que, mais uma vez, nada faz”.”Neste ano a gasolina já acumula um aumento de 74% e o diesel 65%. O impacto sobre os preços promove a carestia, como no caso do botijão de gás que custa em torno de R$ 100,00. A inflação anual já beira os 10%”, pontua.
Entre as demandas reivindicadas na greve dos caminhoneiros apoiados pelas centrais estão a redução do preço do diesel e revisão da política de preços de Petrobras, o piso mínimo de frete, o retorno da aposentadoria especial com 25 anos de contribuição, a aprovação do novo Marco Regulatório de Transporte Rodoviário de Carga e a criação e melhoria dos Pontos de Parada e Descanso.
Com informações do Estadão Conteúdo