Greve dos caminhoneiros pode estar próxima, diz presidente da Abcam

O presidente da Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam) afirmou que uma greve dos caminhoneiros pode estar próxima. Isso ocorre porque, segundo José da Fonseca Lopes, o governo não está tomando medidas para conter o preço do diesel.

Para ele, os trabalhadores autônomos estão muito descontentes e já falam em uma nova greve dos caminhoneiros no país. “Logo estaremos aí com, no mínimo, 150 mil caminhoneiros deixando de trabalhar. Precisa se tomar uma medida rápida urgente. A coisa está fervilhando aí fora, o descontentamento é muito grande”, disse Lopes.

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O líder da Abcam ressaltou não estar contra o governo Bolsonaro, mas reforçou a necessidade de uma medida urgente. “Levei muita porrada para eleger o Bolsonaro. Não estou contra ele, mas algo precisa ser feito. Precisamos de alguma coisa para ontem. Controlar o preço do óleo diesel é uma das coisas que precisa fazer para o caminhoneiro não morrer. Alguma coisa ruim vai acontecer e o governo não está prestando atenção”, complementou.

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Audiência na Câmara

As declarações ocorreram em uma audiência na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (8). Nela, os caminhoneiros declararam estarem insatisfeitos com os programas lançados para atender a categoria. Dentre as medidas tomadas pelo governo estão:

  • criação do Cartão Caminhoneiro;
  • mudança nos reajustes do combustível;
  • liberação de linha de crédito de até R$ 30 mil;
  • anúncio de investimento em infraestrutura, nas estradas e rodovias.

Além disso, os caminhoneiros criticaram a falta de um representante da Petrobras na reunião. O presidente da Abcam passou o recado e deixou um alerta. “Se juntar uma greve dos caminhoneiros com outros segmentos que envolvem petróleo, vai parar tudo. Ninguém quer quebrar o país, mas, se não tomarem o cuidado, isso está próximo de acontecer”, disse Lopes.

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2ª ameaça de greve dos caminhoneiros

A ameaça de greve é a segunda em menos de um mês. Isso porque os caminhoneiros, ou parte deles, anunciaram a possibilidade do protesto para o dia 29 do último mês.

A decisão de parar as atividades teria sido tomada depois do aumento de R$ 0,10 do preço do óleo diesel anunciado pela Petrobras no meio de abril. Por isso, o litro do combustível passou a custar R$ 2,24 nas distribuidoras do Brasil.

Esse aumento representaria uma variação média de 4,84% nos preços do diesel. As distribuidoras da estatal passariam de uma alta mínima de 4,5% a uma alta máxima de 5,1%.

“Com esse aumento no óleo diesel não tem mais condição”, afirmou Dedéco, líder da categoria. “Os caminhoneiros estão cientes que, dentro de 14, 15 ou 16 dias, vai ter outro aumento do diesel, e esse aumento de R$ 0,10/litro já afetou em R$ 1 mil no lucro mensal, e o frete continua o mesmo”, disse.

O líder dos caminhoneiros denunciou violações no pagamento do frete tabelado. “Se estivessem pagando o piso mínimo, o aumento do óleo diesel não iria nos afetar. Mas não estão cumprindo”, afirmou Dedéco.

Segundo a lei vigente, sempre que houver um reajuste no preço do diesel superior a 10% no mercado nacional a Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) deverá rever os pisos mínimos.

A greve dos caminhoneiros ocorrida em maio de 2018 paralisou os setores de distribuição em todo o País. Dessa forma, o prejuízo calculado aos cofres públicos foi de entorno de R$ 15 bilhões, segundo o Ministério da Fazenda da época.

Beatriz Oliveira

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