Greve dos caminhoneiros ainda não ameaça, dizem analistas

Após comentários de que uma nova greve dos caminhoneiros está sendo organizada para o primeiro dia de fevereiro, analistas afirmaram que ainda é cedo para muita preocupação.

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A Mirae Asset, afirmou em nota, que os rumores de greve dos caminhoneiros já foram desmentidos pelos principais sindicatos da classe.

Já a XP Investimentos, em relatório, disse que seus analistas políticos questionam a capacidade da Associação Nacional do Transporte Autônomo, a ANTB, de realizar uma grande mobilização. Segundo a XP, governantes que interagem de perto com lideranças da categoria profissional afirmaram que não são familiarizados com o grupo.

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Segundo monitoramento da XP Política, houve um avanço da discussão sobre uma possível greve dos caminhoneiros nas redes na última semana, mas, nos últimos dias, ela enfraqueceu.

Para os analistas, no primeiro momento a possibilidade de uma greve dos caminhoneiros foi impulsionada principalmente por partidários do presidente Jair Bolsonaro que buscavam pressionar o governador de São Paulo, João Doria, para revogar o aumento do ICMS. Após Doria recuar, o movimento cedeu.

As movimentações, agora, estariam tendo mais origens em páginas de esquerda, que proclamam que a greve dos caminhoneiros terá “70% de apoio da categoria”.

XP vê reação à greve dos caminhoneiros de forma exagerada

Para XP, reação do mercado à possível greve dos caminhoneiros foi “exagerada”, principalmente no que tange à Petrobras (PETR4).

 

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Apesar de os preços da gasolina e do diesel da petroleira estarem abaixo das referências internacionais nos últimos dias, não há conclusão alguma de que isso esteja ligado à ameaça que vem por parte dos caminhoneiros ou a uma mudança na política de preços da estatal.

A movimentação seria explicada por uma elevada volatilidade do câmbio e do petróleo Brent nos últimos seis dias.

A greve dos caminhoneiros, para a XP, estaria, no primeiro momento, também mais ligada a outros pontos, são eles:

• Barrar o projeto de Lei “BR do Mar”, que estimula navegação de cabotagem

• Ao fim de isenções fiscais para determinados projetos agrícolas

• Ao preço dos pedágios e questões como a cobrança pelo eixo suspenso

O presidente da Associação Nacional de Transporte no Brasil (ANTB), José Roberto Stringasci, entretanto, afirmou que o preço do diesel é a agora a principal pauta da manifestação.

Por atingir diretamente partidários do Governo Federal, com pressão, por exemplo, sobre a política de preços da Petrobras, é possível que a movimentação seja esvaziada.

Em caso de a greve de caminhoneiros acontecer, entretanto, a Guide Investimentos pontua que ela seria muito negativa, por impactar diferentes setores e interromper o abastecimento de mercadorias, ainda mais em um cenário em que consumidores estão cada vez mais familiarizados com curtos prazos de entrega de produtos.

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Vitor Azevedo

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