Bolsonaro intervém em alta do diesel e Petrobras despenca
A última sexta-feira (12) foi marcada pela intervenção do presidente Jair Bolsonaro na alta do diesel e consequentemente a queda da Petrobras na Bolsa de Valores.
A atitude de Bolsonaro está totalmente ligada a pressão dos caminhoneiros. Isso porque dias antes da decisão o governo recebeu relatórios da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que apontavam uma certa preocupação referente a uma nova greve dos caminhoneiros.
Dessa forma, sem mesmo consultar o ministro da Economia, Paulo Guedes, Bolsonaro foi aconselhado por seus assessores de que uma greve traria mais problemas políticos do que uma intervenção a alta do combustível.
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência passou a monitorar a movimentação dos caminhoneiros desde o último mês e isso fez com que o governo intervisse na alta que havia sido publicada pela própria Petrobras, em seu site.
Após ser comunicado do reajuste, o presidente Jair Bolsonaro entrou em contato, via ligação, com o presidente da Petrobras, Roberto Castelo Branco, “preocupado com o porcentual em um nível sequer previsto para a taxa de inflação deste ano”.
Saiba mais: Petrobras tem perda de R$ 32 bi em valor de mercado com interferência de Bolsonaro
Diante disso, o presidente da estatal “suspendeu temporariamente” o aumento. Além de recuar em relação a alta de 5,7% no preço diesel, o Planalto junto ao Ministério de Minas e Energia estudam atender a outros pedidos dos caminhoneiros, como a mudança no valor do frete.
Na próxima segunda-feira (15), Bolsonaro deve se reunir com ministros e a área técnica para discutir demandas para os caminhoneiros.
Petrobras despenca
A interferência do governo provocou receios no mercado. Tanto, que as ações ordinárias da Petrobras (PETR3) caíram 8,54%, sendo negociadas a R$ 29,13, enquanto as ações preferenciais fecharam a R$ 25,83. Em Nova York, os recibos de ações tiveram perda de mais de 9%.
Dessa forma, a Petrobras registrou uma perda de R$ 32,4 bilhões em valor de mercado depois do presidente Jair Bolsonaro intervir na política de preços da estatal. A mudança estava prevista para ocorrer na última sexta-feira (12), mas Bolsonaro pediu para o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, cancelar a medida.