Greve no Banco Central: 70% dos servidores deixaram seus cargos por reajuste

Cerca de 700 servidores comissionados do Banco Central (BC) abandonaram seus cargos até a última quinta-feira (31), de acordo com o Sindicato Nacional dos Funcionários do BC (Sinal). O número representa cerca de 70% de todos os comissionados. A categoria anunciou greve por tempo indeterminado a partir desta sexta-feira (1º).

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As dispensas ainda não foram publicadas no Diário Oficial da União. Segundo o presidente do Sinal, Fábio Faiad, o BC tem segurado os pedidos de demissão. “A partir de amanhã, todos vão anunciar que estão em greve. Então, ou o banco faz o descomissionamento, ou os comissionados serão mantidos à toa, pois eles não farão os trabalhos”, diz Faiad.

O presidente do Sinal lamenta que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, tenha decidido tirar férias neste momento. Otávio Damaso, diretor de Regulação da instituição, substitui Campos Neto até 4 de abril. “E infelizmente, nessa hora tão importante, o presidente do BC viajou de férias para Miami, o que não ajuda para encontrarmos uma solução para a crise!”, disse Faiad.

Na última terça-feira (29), o presidente do BC se reuniu com os sindicatos dos servidores do órgão. Faiad disse que Campos Neto afirmou iria tentar uma proposta de reajuste para categoria em reunião ministerial na próxima semana.

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Na nota desta quinta, o Sinal afirma que não há “nenhuma chance de recuo” da greve e reforçou que o movimento pode afetar o funcionamento do Pix, a divulgação do Boletim Focus e de “diversas taxas financeiras”, as operações de mercado aberto, entre outras.

Banco Central adia remuneração a bancos por recursos em conta de operação do Pix

Devido à paralisação, o BC precisou adiar o início da remuneração de instituições financeiras por recursos parados nas contas de pagamentos instantâneos (contas PI). Estas contas são as que centralizam transações do Pix.

Prevista para começar a ser paga nesta sexta-feira, a remuneração é calculada com base na taxa de juros básica, a Selic.

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“Os servidores do BC encontram-se em paralisações parciais diárias e entrarão em greve a partir de primeiro de abril, o que prejudica o desempenho de vários processos da autarquia”, disse o diretor de Política Monetária da autarquia, Bruno Serra, em voto que embasou a decisão da diretoria do BC, tomada na quarta-feira.

Em nota, Serra disse que a decisão foi feita para manter a segurança dos sistemas e manutenção das atividades essenciais do BC.

Ele ainda afirmou que os dispositivos que autorizam a remuneração, que no momento estão revogados, serão novamente propostos quando as questões apontadas estiverem superadas.

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A Associação Nacional dos Analistas do Banco Central do Brasil (ANBCB) disse que o prejuízo aos bancos com o adiamento é estimado em R$ 2 milhões por dia.

A Febraban disse em nota que a decisão do adiamento pelo Banco Central foi prudente para evitar a implementação de funcionalidades em dias mais sensíveis, e aponta que a autarquia informou possuir planos de contingência para manter o funcionamento de sistemas críticos para a população, os mercados e as instituições reguladas.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Victória Anhesini

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