Grandes empresas dos EUA começam a obrigar seus funcionários a se vacinar

O mundo corporativo dos Estados Unidos – e um número crescente de empresas globais – estão agindo para forçar seus funcionários a se vacinar contra o coronavírus (covid-19) enquanto se preparam para um retorno, pelo menos parcial, ao trabalho presencial.

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O leque de estratégias adotadas é amplo, passando de incentivos e convites a se vacinar a ameaças de perda de emprego ou limitações de atividades profissionais.

Fotografia de uma realidade complexa, onde o desejo de acelerar a normalização por meio de doses de vacina entra em rota de colisão com pressões por garantir a privacidade e direitos individuais.

Confira 5 casos de empresas americanas que estão obrigando seus funcionários a se vacinar contra o coronavírus

JP Morgan

O mercado financeiro está na vanguarda do esforço para um retorno gradual à normalidade.

Nos últimos dias, o JP Morgan (JPMC34), principal banco americano, anunciou que instruirá os funcionários a registrar sua situação de vacinação em um portal informático interno.

Funcionários totalmente vacinados poderão evitar o uso de máscaras no ambiente de trabalho.

O JP Morgan deixou a opção de não responder à pesquisa, mas considera que poucos funcionários o farão.

O principal objetivo é, na verdade, oferecer garantias sobre a segurança do ambiente de trabalho, após decidir a volta presencial dos funcionários dos EUA a partir do dia 7 de julho.

No entanto, os funcionários do Reino Unido e da União Europeia (UE) terão outro tratamento, em conformidade com as regras de privacidade locais, que impedem ao banco de buscar informações sobre as condições médicas dos funcionários.

No Reino Unido, os escritórios do JP Morgan funcionam atualmente em 25% de sua capacidade, que poderia aumentar a partir do dia 19 de julho.

Morgan Stanley

O concorrente Morgan Stanley (MSBR34) foi além das escolhas do JP Morgan.

Funcionários e clientes não totalmente vacinados estão proibidos de entrar nos escritórios do banco em Nova York.

Uma proibição que terá início no próximo mês, quando é esperada a flexibilização de outras regras anti-Covid.

O banco indicou em um memorando interno que a partir do dia 12 de julho todos os funcionários e trabalhadores temporários, clientes e convidados serão obrigados a se vacinar para acessar os locais em Nova York e o condado vizinho de Westchester.

Estes são os escritórios do Morgan Stanley com maior densidade.

O banco também exigiu que os funcionários informassem sobre sua situação da vacina até o dia 1º de julho.

Aqueles que não atenderem ao requisito de estar vacinado continuarão operando remotamente.

Também neste caso, o pedido vem acompanhado da decisão de não obrigatoriedade de uso de máscaras e distanciamento social nos escritórios.

Goldman Sachs e Blackstone

Os banqueiros do Goldman Sachs (GSGI34) também deverão informar sobre sua vacinação. Um pedido já operacional, pois os escritórios reabriram ainda em junho.

No entanto, banco de investimentos evitou exigir ou forçar a se vacinar, ao mesmo tempo que a encorajou: a mensagem para os funcionários era que a escolha é pessoal.

Por sua vez, a Blackstone, no dia 7 de junho, indicou que os funcionários norte-americanos das divisões de investimento poderão retornar ao escritório em tempo integral apenas se estiverem totalmente vacinados.

United e Delta

Entre as companhias aéreas, a United Airlines decidiu ordenar, a partir do final de julho, a vacinação obrigatória das tripulações em rotas com destinos em países considerados de alto risco para Covid-19, em particular Índia, Argentina, Brasil, Peru, Colômbia e Chile.

A lista poderia ser estendida para China e Taiwan.

Em geral, a United também decidiu incentivar a se vacinar oferecendo compensação monetária.

A Delta foi além, e indicou a obrigatoriedade das vacinas para todas as novas contratações.

Cathay Pacific

Não são apenas as companhias aéreas americanas que estão se mobilizando para vacinar os funcionários.

Entre as internacionais, a Cathay Pacific, companhia de Hong Kong, solicitou que todos os seus pilotos e tripulantes de Hong Kong sejam vacinados até o final de agosto.

Caso contrário, serão demitidos.

A Cathay, portanto, adotou uma das políticas mais rígidas do setor e do mundo dos negócios em geral.

Cathay acrescentou, no entanto, que 90% dos pilotos e 65% da tripulação de cabine estão vacinados ou em processo de vacinação.

Por sua vez, a Qantas Airways da Austrália anunciou que exigirá vacinas de funcionários e passageiros assim que as fronteiras do país forem totalmente reabertas para viagens.

A Emirates forneceu vacinas gratuitas para os funcionários e depois ordenou que todos aceitassem ou pagassem por testes para provar a ausência do vírus.

Associações empresariais forçam a se vacinar

A obrigatoriedade a se vacinar também está sendo promovida por associações empresariais.

Um levantamento mostrou que mais de 60% das empresas dos mais diversos setores pretendem solicitar comprovante de vacinação aos funcionários.

Dessas, 65% querem oferecer incentivos à se vacinar. Outras 42% indicam que irá proibir a entrada de pessoas não vacinadas nos escritórios. E 35% também consideram a possibilidade de uma ação disciplinar.

Ao mesmo tempo, o governo dos Estados Unidos desenvolveu diretrizes que autorizam as empresas a solicitar a vacina e proibir os funcionários que a possam recusar e comparecer ao trabalho.

Washington decidiu que a obrigação de se vacinar não causa discriminação não viola os direitos dos funcionários.

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Carlo Cauti

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