O ministro da Economia, Paulo Guedes, informou nesta quinta-feira (22) ser a favor de uma reforma tributária “mais ousada”, ainda que corra o risco de perder arrecadação ao fatiá-la.
“Teria sido grande equívoco entrar na tal reforma tributária ampla. Não seria aceita por 5 mil prefeitos”, disse Guedes durante debate promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em conjunto com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Ao transmitir confiança na evolução da agenda de reformas, Guedes fez um afago ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que, segundo ele, “marcha decisivamente nessa direção”, e observou que o Senado deve retomar o apoio às reformas assim que concluir a CPI da Covid.
Desoneração da folha de pagamentos
No caso da reforma tributária, porém, Guedes assinalou que foi necessário reduzir a ambição, deixando temas como a desoneração da folha de pagamentos para depois.
O primeiro passo, então, foi propor ao Congresso a unificação de PIS e Cofins com a criação da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), convidando, em paralelo, governadores para discutir no Senado o acoplamento de impostos estaduais e municipais ao imposto federal.
“Vamos dar primeiro passo, aprovar CBS, IVA federal, e convidar governadores a aderirem à PEC no Senado“, disse o ministro.
A crise sanitária, pontuou Guedes, também comprometeu avanços nessa frente, já que, conforme observou, “não se faz reforma tributária no meio de recessão”.
Guedes volta a defender corte no IR de pessoa jurídica
O ministro voltou a defender também a ideia de cortar em 12,5 pontos porcentuais o imposto de renda cobrado da pessoa jurídica, o que pode abrir um rombo de R$ 30 bilhões nas contas públicas.
Guedes reafirmou que esse impacto será absorvido pela recuperação mais rápida da economia, que deve levar a uma arrecadação R$ 200 bilhões maior do que o previsto neste ano. “Com arrecadação de R$ 200 bilhões acima, será que não posso arriscar R$ 30 bi?”, questionou.
Com informações do Estadão Conteúdo