Neste último sábado, dia 15, fez 10 anos o evento mais emblemático da crise financeira de 2008, uma das maiores da história: a falência do banco Lehman Brothers. Para quem quer saber o que aconteceu de forma sucinta e divertida, há poucas formas melhores do que assistir o filme “A Grande Aposta” (“The Big Short”, no título original em inglês), uma adaptação do livro de Michael Lewis.
O filme, lançado em 2015 e estrelando Christian Bale, Ryan Gosling, Brad Pitt e Steve Carell, conta a história de um grupo de investidores que, em um momento de euforia com o sistema imobiliário e bancário, já começavam a ver sinais de que havia algo de errado. Essa visão fez com que eles criassem um novo mecanismo de investimento baseado na aposta na queda das ações de bancos e tornou os homens milionários enquanto o resto do mundo quebrava à volta deles.
O que diferencia “A Grande Aposta” de outras maneiras de contar a história é seu foco nas causas de tudo e no cenário que existia antes da crise acontecer. O filme começa alguns anos antes de 2008, e seu didatismo ao explicar a crise em si e os fatores que levaram a ela é impressionante, considerando o quão corretas são as informações que elepassa.
O filme usa termos técnicos que realmente são usados por profissionais do mercado financeiro, mas faz uso de técnicas lúdicas para ensinar aos leigos o que eles significam. Até mesmo celebridades como Selena Gomez e Anthony Bourdain aparecem, em segmentos que interrompem o filme de forma cômica, para explicar de forma acessível o que está acontecendo. Há uma cena em que a atriz Margot Robbie explica detalhes de como funciona o sistema de empréstimos imobiliários nos EUA enquanto bebe champanhe em uma banheira, por exemplo.
O humor do filme serve até mesmo para causar desconforto, por mostrar o quão absurda realmente foi a ganância e a irresponsabilidade que levou a uma crise financeira mundial que durou anos, causando a perda de milhões de empregos e a falência de grandes companhias.
Com “A Grande Aposta”, o diretor Adam McKay consegue a façanha de fazer um filme que é tanto uma aula quanto uma experiência verdadeiramente divertida, sem nunca subestimar a audiência ou deixar de mostrar fatos verídicos.
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