GPA (PCAR3): conflito de interesses com Casino impediu venda do Éxito, diz coluna
A aceitação da proposta de venda do Éxito pelo GPA (PCAR3), realizada pelo banqueiro colombiano Jaime Gilinski, não atenderia plenamente os interesses do Grupo Casino, controlador francês da varejista, segundo apuração da Coluna do Broadcast.
De acordo com a publicação, se a venda do Éxito acontecesse hoje, a parte que cabe ao Casino ficaria presa na varejista, o que atrapalharia o grupo francês, que procura ter acesso mais rápido a esse recurso. Vale lembrar que o Casino possui uma dívida de curto prazo de mais de 4 bilhões de euros.
O plano, portanto, é aguardar o fim do processo de cisão do Éxito e, assim, a venda levaria os recursos diretamente ao caixa do Casino.
“Ao se tornar empresa irmã, a estrutura acionária da Éxito vai ser idêntica a do GPA. O Casino quer fazer isso porque se o GPA vender o Éxito, o caixa vai para o GPA. Se for empresa separada, irmã do GPA, o dinheiro vai para o Casino”, disse uma fonte. Ou seja, a decisão de recusar a oferta agora prejudica os demais acionistas da varejista brasileira.
Éxito deve passar de subsidiária a empresa irmã do GPA
Em algum momento, o Éxito passa a se tornar empresa irmã do GPA.
Hoje subsidiária da varejista brasileira, listada na bolsa da Colômbia, o Éxito possui pouca liquidez. No processo de separação, basicamente, as ações do Éxito iriam para o acionista do GPA.
Em teleconferência de resultados do Grupo Pão de Açúcar, Marcelo Pimentel, diretor-presidente da empresa, disse que aceitar a proposta significaria interromper o processo de separação (spin-off) por uma oferta “muito vaga”.
“Trocaria um processo na iminência de execução por uma proposta que chegou na última hora, sem que o conselho pudesse avaliar. Entendemos que seria responsável não aceitar”, afirmou.
Ainda de acordo com Pimentel, o spin-off do Éxito deve ser concretizado em meados de agosto. “Temos 13% que ficam no GPA e pretendemos monetizar”.
De acordo com o diretor-financeiro da companhia, Guillaume Gras, a oferta de Jaime Gilinski não era clara quanto à sua capacidade de execução, mas não especificou, por exemplo, garantias quanto à aprovação da operação em órgãos antitruste.
GPA aumenta em 146,8% o prejuízo no 2T23, para R$ 425 milhões
O GPA, empresa controladora do Pão de Açúcar, reportou um prejuízo líquido de R$ 425 milhões no segundo trimestre.
O resultado do GPA mostra um aumento de 146,8% no prejuízo líquido em relação ao mesmo período de 2022, quando as perdas da companhia foram de R$ 172 milhões.
A receita líquida do GPA foi de R$ 4,755 bilhões no 2T23, o que representa uma alta de 13,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
Já o lucro bruto alcançou a marca de R$ 1,181 bilhão no segundo trimestre deste ano, com crescimento anual de 5,9%. A margem bruta registrada foi de 24,8%, com queda de 1,8 ponto percentual em relação a igual período de 2022.
O balanço trimestral do GPA também destacou que as despesas com vendas gerais e administrativas foram de R$ 926 milhões no segundo trimestre de 2023.
Quanto ao resultado financeiro líquido da companhia registrou um prejuízo de R$ 338 milhões no 2T23, com crescimento de 33,4% em relação ao 2T22.
GPA: dívida líquida cai para R$ 1,5 bi
O Ebtida ajustado consolidado do GPA, que corresponde ao lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações da empresa totalizou R$ 257 milhões, cerca de 7,4% maior que o reportado no 2T22. Já a margem Ebitda ajustada é de 5,4%, com recuo anual de 0,3 ponto percentual.
As vendas mesmas lojas do GPA cresceram 6,4% no segundo trimestre de 2023. Nesse sentido, a bandeira Pão de Açúcar teve o 5º trimestre seguido, com avanço anual de 8,6% somente no 2T23.
O caixa operacional da dona do Pão de Açúcar alcançou os R$ 245 milhões no segundo trimestre de 2023, aproximadamente 48,4% superior ao mesmo período de 2022.
Os investimentos do GPA somaram R$ 363 milhões em 2023 até o final de junho, cerca de 22,4% menor que o valor acumulado em igual etapa do ano passado.
Por fim, a dívida líquida do GPA totalizou R$ 2,9 bilhões até o final do segundo trimestre de 2023, que diminuiu R$ 1,5 bilhão na comparação com o 2T22. Já em relação ao trimestre imediatamente anterior, essa redução foi de R$ 100 milhões.
As ações do GPA, com ticker PCAR3, fecharam em alta de 0,93% nesta quarta-feira (26), cotadas a R$ 21,66. Assim, os papéis da empresa acumulam ganhos de 15,77% no mês de julho até agora.
Com informações de Estadão Conteúdo