GPA (PCAR3): analistas veem oferta de ações como positiva e projetam redução da alavancagem
O GPA (PCAR3) anunciou uma oferta primária para levantar até R$ 1 bilhão. A oferta base será de 140 milhões de novas ações, avaliadas em R$ 504 milhões considerando o último preço de fechamento de R$ 3,60 por ação. Caso uma oferta adicional seja exercida, o valor pode totalizar R$ 1 bilhão. A empresa pretende utilizar os recursos para reduzir sua alavancagem financeira.
Segundo o Safra, o GPA atualmente possui uma posição de dívida líquida de R$ 2,3 bilhões, ou uma relação dívida líquida/EBITDA de 7,6x (ex-IFRS). Considerando a oferta de R$ 1,0 bilhão, a dívida líquida ficaria em R$ 1,3 bilhão, com uma alavancagem de 4,4x.
“Além disso, se considerarmos os recursos já anunciados da venda da participação do GPA no Éxito e C-Nova, a dívida líquida cairia para R$ 451 milhões e a alavancagem para 1,5x”, projetam os analistas do Safra.
Considerando apenas a oferta base (504 milhões), a dívida líquida do GPA ficaria em R$ 1,8 bilhão, com uma alavancagem de 6,1x.
Ademais, o Casino anunciou sua intenção de se desfazer de seus ativos não essenciais. Consequentemente, o Safra projeta que o Casino não participará da oferta de ações, o que resultaria em diluição de sua participação atual de 40,9% para 26,9%, considerando a oferta base, ou 20,1%, considerando a oferta total.
“A notícia é positiva do ponto de vista do balanço patrimonial, pois reduz drasticamente o endividamento da empresa. No entanto, a diluição resultaria em uma redução em nosso preço-alvo, de R$ 4,5 por ação para R$ 4,2 por ação, considerando a oferta base, ou R$ 4,0 por ação, considerando a oferta total”, afirma o Safra.
Para o banco, o GPA continua com uma grande lacuna de ROIC (retorno sobre o capital) em comparação com seus pares (atualmente em 3% versus 16% do Assaí e 17% do Grupo Mateus), que é a principal razão para a classificação neutra.
Na mesma linha, Goldman Sachs também avalia como positiva a oferta de ações do GPA. De acordo com a casa, uma estrutura de capital mais equilibrada proporciona à administração mais flexibilidade para executar o plano de virada atual focado em aumentar a lucratividade e melhorar a dinâmica do capital de giro.
“Se assumirmos uma entrada de caixa de R$ 504 milhões a R$ 1,01 bilhão proveniente da oferta potencial, estimamos que a alavancagem seria reduzida para 4,6X a 4,2X ND/EBITDA”, projeta o Goldman, que tem recomendação neutra para os papéis do GPA, com preço-alvo de R$ 4,50.
GPA pede registro de oferta de ações que pode movimentar R$ 1 bilhão
O GPA (PCAR3), Grupo Pão de Açúcar, informou na segunda-feira, 4 que protocolou na CVM pedido de registro de oferta pública de ações, que tinha sido aprovada pelo conselho em reunião segunda-feira, de, inicialmente, 140.000.000 ações ordinárias, nominativas, escriturais e sem valor nominal.
A companhia pretende utilizar os recursos líquidos captados para redução da sua alavancagem financeira, por meio do pré-pagamento de contratos mantidos com instituições financeiras, incluindo coordenadores da operação, cujas dívidas representam mais de 20% do valor total da oferta.
A operação da oferta do GPA, que será precificada no dia 13 de março, será coordenada pelo Banco Itaú BBA (líder) e pelo BTG Pactual, Bradesco BBI, JPMorgan e Santander. O encerramento está previsto para 21 de março.
Em comunicado encaminhado ao mercado, o GPA afirma que será vedada a subscrição de papéis (considerando as ações adicionais) por investidores que tenham realizado vendas a descoberto de ações na data de fixação do preço por ação e nos cinco pregões que a antecederem.
O GPA informou ainda que decidiu descontinuar a projeção de margem Ebitda ajustada para esse ano divulgada anteriormente, que era de 8% a 9%. A empresa, no entanto, manteve a projeção de abertura de 168 lojas entre janeiro de 2024 e dezembro de 2026, sendo 151 de proximidade e 17 supermercados.
Desempenho anual das ações do GPA
Cotação PCAR3