GPA (PCAR3) derrete no Ibovespa após avaliação da empresa pelo BBA

O Grupo Pão de Açúcar, o GPA (PCAR3), vive um declínio em suas ações na Bolsa de Valores desde o começo deste mês. Mas a situação da varejista piorou nesta sexta-feira (31), quando o papel desabou 7,72% comparada ao fechamento da quarta-feira (29), antes do feriado, com papéis saindo de R$ 3,11 para R$ 2,87. Foi a segundo maior queda no pregão de hoje — perdendo apenas para a Hypera (HYPE3) —, e com valor inferior ao preço-alvo indicado pelo Itaú BBA, que reiniciou a cobertura do GPA.

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Ontem, em relatório, o Itaú BBA estabeleceu uma recomendação neutra e fixou um preço-alvo para o GPA de R$ 3,70. Essa meta sugere um potencial de valorização de 19% em relação ao fechamento de quarta (29).

“O GPA passou por várias transformações, levando a uma estrutura muito mais simples e permitindo que o foco fosse direcionado para seu core business. Esse processo de reestruturação colocou a empresa no caminho certo e já está dando frutos, com uma melhora substancial na estrutura de capital“, afirmam os analistas do banco.

O BBA lembra que o plano de reestruturação do GPA – iniciado em meados de 2022 para impulsionar as vendas, e lucratividade – terá um processo de redução da alavancagem mais lento.

Do ponto de vista da avaliação de valor, os estrategistas dizem que ainda não há fundamentos suficientes para que a instituição adote uma visão mais otimista neste momento.

“Note que nossas previsões incorporam as previsões atualizadas de nossa equipe macroeconômica, que incluem uma taxa Selic sustentada em dois dígitos em 2025. Isso provavelmente manterá as despesas financeiras líquidas da empresa em níveis elevados, o que continuará a impactar negativamente o lucro líquido“, escrevem.

Por esse motivo, considerando a falta de apoio nas ações, o banco optou por reiniciar a cobertura do GPA com uma recomendação neutra, aguardando até que a perspectiva das operações da varejista realmente comece a melhorar.

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Prejuízo da varejista subiu 27,5% e chegou a R$ 407 milhões no 1º trimestre

O GPA apresentou um prejuízo líquido de R$ 407 milhões decorrente de suas operações continuadas no primeiro trimestre de 2024 (1T24), registrando um aumento de 27,59% nas perdas em comparação com o mesmo período de 2023, quando o prejuízo foi de R$ 319 milhões.

O resultado do GPA é principalmente atribuído à participação no programa de quitação de débitos de ICMS do governo de São Paulo. Esta adesão teria proporcionado uma redução de aproximadamente 80% para liquidar as contingências, que totalizavam R$ 3,6 bilhões.

Adicionalmente, o GPA destaca o impairment após a venda de sua sede administrativa, totalizando um montante de R$ 218 milhões. Outro aspecto mencionado foi o “não reconhecimento de créditos IR/CSLL”, totalizando apenas R$ 15 milhões. Desconsiderando essas questões, o resultado do Grupo Pão de Açúcar seria um prejuízo de R$ 194 milhões no primeiro trimestre de 2024, menor do que as perdas de R$ 304 milhões registradas no mesmo período de 2023.

Em relação às operações descontinuadas, a empresa também registrou números negativos devido ao provisionamento para contingências trabalhistas do Extra Hiper; e também em decorrência da participação no programa do Governo do Estado de São Paulo em relação a débitos do Extra Hiper, com impacto negativo de R$ 175 milhões.

O prejuízo líquido consolidado dos controladores, considerando tanto as operações continuadas quanto as descontinuadas, totalizou R$ 660 milhões, mais do que o dobro do prejuízo registrado no primeiro trimestre do ano anterior.

De acordo com o novo balanço do GPA, o Ebtida ajustado da empresa atingiu R$ 372 milhões no 1T24, representando um aumento de 71,1% em relação ao ano anterior. Já a margem Ebtida alcançou 8,1%, um aumento de 2,9 pontos percentuais em relação aos 5,2% registrados um ano antes.

A receita líquida do GPA foi de R$ 4,6 bilhões, apresentando um aumento de 10,3%. Considerando os postos de gasolina, o valor totaliza R$ 4,9 bilhões, com um aumento de 9,9%.

O GPA também informou uma redução de R$ 1,4 bilhão na dívida líquida, resultando em uma diminuição de 6,8 pontos na alavancagem (pré-IFRS 16) em comparação com o mesmo período de 2023, passando de 9,8 vezes para 3,0 vezes.

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Murilo Melo

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