O GPA (PCAR3), empresa que controla o Pão de Açúcar, levantou R$ 704 milhões em uma oferta subsequente de ações (follow-on) precificada a R$ 3,20 por papel, conforme comunicado pela companhia nesta quarta (13). As ações caíam na manhã desta quinta-feira (14) no Ibovespa.
Perto das 10h35, as ações ordinárias de GPA caíam 1,50%, cotadas a R$ 3,28.
Cotação PCAR3
Ao todo, foram colocadas 220 milhões de ações na oferta do GPA. A venda de ações inclui 57,1% do lote adicional.
O valor por ação do GPA representa um deságio de 3,9% em relação ao preço de fechamento dos papéis desta quarta-feira (13), de R$ 3,33. Com o follow-on do GPA, o novo capital social da companhia passa a ser de R$ 2,51 bilhões.
A alocação de lote adicional foi parcialmente usada, com a venda de 80 milhões de ações, “destinadas a atender o excesso de demanda constatado no momento em foi fixado o preço por ação”, disse o GPA.
Os coordenadores da oferta do Pão de Açúcar foram Banco Itaú (ITUB4), BTG Pactual (BPAC11), Bradesco BBI, JP Morgan (JPMC34) e Santander (SANB11).
A companhia disse anteriormente que os recursos captados com a oferta serão utilizados integralmente para redução de sua alavancagem financeira – uma das prioridades do CEO do GPA, Marcelo Pimentel, desde que assumiu o comando da companhia em abril de 2022.
As ações objeto da oferta passarão a ser negociadas na B3 (B3SA3) a partir da próxima sexta-feira (15).
Em relatório, o Goldman Sachs (GSGI34) destacou que a desalavancagem é uma prioridade fundamental para o GPA, e foi um dos temas discutidos pela empresa durante seu último Investor Day, realizado em dezembro de 2023.
“Acreditamos que uma estrutura de capital mais equilibrada proporcionaria à administração mais flexibilidade para executar o atual plano de recuperação focado no aumento da rentabilidade e na melhoria da dinâmica do capital de giro”, pontuaram os analistas Irma Sgarz, Felipe Rached e Gustavo Fratini.
O Goldman Sachs tem recomendação ‘neutra’ para as ações de GPA, com preço-alvo a R$ 4,10.
GPA (PCAR3): prejuízo cai 72,5% no 4T23, para R$ 303 milhões; confira o balanço do Pão de Açúcar
O GPA, empresa que controla o Pão de Açúcar, apresentou um prejuízo líquido de R$ 303 milhões no quarto trimestre de 2023, conforme balanço trimestral divulgado no mês passado.
Quando comparado ao mesmo período do ano anterior, ou seja, quarto trimestre de 2022, o resultado do GPA mostra uma redução de 72,5% no prejuízo líquido, visto que as perdas da empresa um ano antes foram de R$ 1,102 bilhão.
O prejuízo líquido continuado foi de R$ 87 milhões no quarto trimestre do ano passado, frente a um prejuízo de R$ 272 milhões no mesmo período de 2022.
O balanço do GPA diz que a diminuição desse prejuízo continuado é atribuída à “melhora do Ebtida ajustado e das outras receitas e despesas operacionais”.
O prejuízo líquido descontinuado foi de R$ 216 milhões, que se deve principalmente ao impacto do provisionamento para as contingências trabalhistas do Extra Hiper e ao fim do contrato para aquisição de energia elétrica no mercado livre, relativo à energia contratada de forma excedente, atrelada a atividades descontinuadas.
A receita líquida do GPA no 4T23 foi de R$ 5,257 bilhões, correspondente a um crescimento de 7,3% na comparação com igual etapa de 2022.
O lucro bruto do GPA atingiu R$ 1,349 bilhão no quarto trimestre de 2023, apresentando alta anual de 21,9%. Já a margem bruta avançou 3,1 pontos percentuais (p.p.), passando de 22,6% no 4T22 para 25,7% no 4T23.
Conforme aponta o balanço trimestral do GPA, as despesas com vendas, gerais e administrativas somaram R$ 988 milhões no quarto trimestre de 2023, cerca de 15,9% superiores aos R$ 852 milhões registrados no mesmo período do ano anterior.
Outros resultados do GPA
O resultado financeiro líquido da empresa apresentou um prejuízo de R$ 52 milhões no 4T23, revertendo o lucro de R$ 38 milhões registrado um ano antes.
O Ebtida ajustado do GPA foi de R$ 404 milhões, com alta de 39% sobre o 4T22. Já a margem Ebtida ajustado alcançou 7,7%, cerca de 0,7 ponto percentual maior que a do trimestre imediatamente anterior e 1,8 ponto percentual mais alto na comparação anual. Segundo o balanço, isso se deu “em consonância com o processo de turnaround da companhia”.
A dívida líquida do GPA caiu para R$ 721 milhões no último trimestre de 2023, em razão de um fluxo de caixa livre operacional de R$ 981 milhões, e também pela venda de R$ 113 milhões em ativos não core. Por outro lado, isso foi contrabalanceado por um consumo de caixa de R$ 200 milhões e por R$ 174 milhões de custo financeiro líquido.
Desempenho das ações do GPA
Cotação PCAR3