GPA (PCAR3): ex-CEO planeja investir R$ 100 milhões na varejista, diz site; ações disparam
O ex-CEO e ex-chairman do GPA (PCAR3), Ronaldo Iabrudi, vai colocar uma ordem de R$ 100 milhões na oferta de ações da companhia, segundo fontes informaram ao Brazil Journal. As ações da empresa disparam nesta quarta-feira (6) no Ibovespa, liderando os ganhos do índice.
Perto das 11h00, os papéis ordinários de GPA avançavam 4,06%, cotados a R$ 3,59.
Cotação PCAR3
De acordo com a publicação, se for integralmente alocado, Iabrudi se tornaria um dos maiores acionistas individuais da companhia, com uma participação entre 4,8% e 6,6%, dependendo do tamanho da oferta.
No fechamento de terça-feira (5), o valor de mercado do GPA era de R$ 932 milhões, com a ação cotada a R$ 3,45.
O Brazil Journal lembra que o interesse do investidor – que foi CEO do GPA entre 2014 e 2018 e conselheiro e chairman – é um voto de confiança na execução do CEO Marcelo Pimentel, que assumiu o comando da companhia em março de 2022, recrutado pelo próprio Iabrudi.
Na última segunda-feira (4), o Pão de Açúcar comunicou que lançou uma oferta primária de até 140 milhões de ações, podendo ser aumentada em mais 140 milhões.
Considerando o valor da ação do GPA no fechamento deste dia, a operação poderá movimentar até R$ 1 bilhão e será direcionada somente a investidores profissionais, mas com direito de preferência dos acionistas do Pão de Açúcar.
A companhia disse que pretende utilizar os recursos líquidos captados para redução da sua alavancagem financeira, por meio do pré-pagamento de contratos mantidos com instituições financeiras, incluindo coordenadores da operação, cujas dívidas representam mais de 20% do valor total da oferta.
A operação da oferta do GPA, que será precificada no dia 13 de março, será coordenada pelo Banco Itaú BBA (líder) e pelo BTG Pactual, Bradesco BBI, JPMorgan e Santander. O encerramento está previsto para 21 de março.
O que diz o mercado sobre a oferta do GPA?
“Acreditamos que o aumento de capital, em conjunto com o seu programa de venda de ativos, poderia ser suficiente para resolver a estrutura de capital do Grupo Pão de Açúcar e reduzir as suas despesas financeiras pesadas, às custas da diluição material das ações”, disseram os analistas do UBS-BB em relatório.
Também em relatório, a Genial Investimentos lembra que atualmente, o GPA mantém 270 milhões de papéis em circulação no mercado. “Isso significa dizer que uma oferta de 280 milhões deve trazer bastante volatilidade para o papel no curto prazo, principalmente após a fixação do preço de emissão”, avaliam os analistas Iago Souza, Vinicius Esteves e Nina Mirazon.
A casa enxerga que, em termos fundamentais, o GPA tem traçado um turnaround interessante, recuperando market share e rentabilidade em meio a um cenário com ventos contrários ao setor (deflação alimentar). “Realizado o follow-on, a companhia endereça o ponto que mais tem preocupado o mercado nos últimos trimestres: alavancagem financeira“.
“Apesar de não resolver integralmente o problema, uma vez que a alavancagem ainda deve se manter em cerca de 4,0x neste ano, deve dar um alívio para que a gestão continue a executar a reestruturação e expansão com maior celeridade. Além de endereçar a estrutura de capital, a companhia também abre espaço para mudanças em governança corporativa. Dois por um!”, completam os analistas.
A Genial tem recomendação de ‘compra’ para as ações PCAR3, com preço-alvo a R$ 3,43.