GPA (PCAR3): após anúncio de venda pelo Casino, qual a recomendação para as ações? Analistas da XP respondem

Como parte do seu plano de reestruturação financeira, o Grupo Casino anunciou nesta segunda-feira (26) que pretende vender ações do GPA (PCAR3) e do Grupo Êxito, junto com outros ativos não estratégicos, entre 2023 e 2024. Neste cenário, a XP Investimentos mantém recomendação neutra para o GPA.

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O Casino destacou que espera que US$ 220 milhões sejam levantados em 2023, vindos principalmente da venda do Éxito, enquanto US$1.1 bilhão devem ser levantados em 2024 com as das vendas das participações remanescentes no Éxito, Green Yellow, GPA e de imóveis, informa a XP.

Para a XP, empresas como Carrefour (CRFB3), Grupo Mateus (GMAT3) e Assaí não terão interesse no GPA, sendo o cenário mais provável que haja a compra das ações do GPA por um investidor estratégico ou financeiro.

“Quanto ao preço, baseado no valuation do desinvestimento da Green Yellow e assumindo diferentes precificações para os imóveis (entre €25-150mi), o valuation implícito no plano de desinvestimento do Casino avalia o GPA+Éxito em mais do que o dobro do valor de mercado atual”, afirma a equipe da XP em relatório.

“Acreditamos que isso possa refletir a expectativa da companhia de que o spin-off do Éxito destrave valor, apesar de enxergarmos riscos de liquidez para que isso se materialize no curto prazo”, conclui.

GPA (PCAR3): recomendação neutra da XP

Segundo a XP, apesar da possível venda das ações do Pão de Açúcar, a recomendação se mantém neutra devido a vários fatores. Um deles é que a venda só deve ser concretizada em 2024. Além disso, podem existir riscos adicionais para o plano do GPA de se desfazer do Grupo Éxito, incluindo preocupações com a liquidez para os acionistas da BDR do Éxito após a spin-off.

“Enxergamos ainda um cenário competitivo mais acirrado para o GPA Brasil, o que pode reduzir seus níveis de rentabilidade normalizados”, afirmam os analistas.

Cotação PCAR3

Gráfico gerado em: 26/06/2023
1 Ano

Hoje, os papéis do GPA caíram 1,02%, sendo cotadas em R$ 17,41

Casino acerta com credores acordo que deve evitar calote

Na última semana, o Casino acertou um um acordo com credores que deve evitar a declaração de calote de títulos de dívida da varejista francesa.

Em comunicado, a Rallye Group, controladora do Casino, informou que os investidores renunciaram ao direito de desencadear eventual default, direto ou indireto, que resulte da abertura do processo de conciliação intermediado pela Justiça francesa.

Em troca, os detentores dos papéis ganham o direito de poder se apropriar, a qualquer momento, de sua parte dos valores mobiliárias da Casino mantidos em custódia ou determinar um agente fiduciário a vendê-los.

“No caso de tal apropriação ou venda, o restante, se houver, da reivindicação do credor relevante seria pago na data de vencimento inicialmente acordada no financiamento relevante”, explica a companhia, em comunicado.

O acordo do Casino representará um alívio para a endividada varejista, que busca maneiras de levantar recursos para honrar obrigações financeiras. A Moody’s estima que a Casino precisa pagar 1,2 bilhão de euros em dívidas que vencem até 2024 e mais 1,8 bilhão de euros com maturação em 2025.

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Grupo Casino anuncia nova oferta de 1,1 bilhão de euros

Neste mês, a empresa anunciou uma nova oferta preliminar de aumento de capital de até 1,1 bilhão de euros.

A oferta partiu de um trio de empresários (Xavier Niel, Matthieu Pigasse e Moez-Alexandre Zouari), que investiriam de 200 milhões a 300 milhões de euros através de um aumento de capital no Casino. O resto do montante estaria subscrito por outros parceiros e credores interessados.

A proposta do grupo de empresários é em linha similar à feita pelo acionista bilionário tcheco Daniel Kretinsky em abril deste ano.

Em comunicado, o Casino, controlador do grupo Pão de Açúcar no Brasil, afirmou que nesse momento, se trata apenas de uma manifestação preliminar de interesse que pode não se concretizar. “Essa proposta seria adaptada, às medidas necessárias, pelo débito do Casino às suas capacidades e a preservação do seu potencial de crescimento”, adicionou a varejista francesa.

O grupo esclareceu que irá considerar a proposta e manter o mercado informado de novos desdobramentos.

Além do GPA, Casino quer vender fatia do Assaí

O grupo, que é detentor de 11,7% do capital social do Assaí (ASAI3), anunciou na semana passada venderá sua fatia restante na empresa atacadista.

“O grupo Casino anuncia o início da venda de quase 157,6 milhões de ações do Assaí”, disse o grupo francês, em comunicado. Os papéis valem R$ 2,11 bilhões.

A fatia detida pelo Casino, vale destacar, representa a maior detida por um só acionista, segundo a composição acionária atual do Assaí.

Os demais acionistas são a Orbis Invest, a Conifer e a BlackRock, com cerca de 5% cada, ante 70% de free float.

A venda do Casino vai em linha com as últimas movimentações de redução de participação por parte do grupo, que anunciou venda de 18,8% do capital da rede em março, por R$ 3,79 bilhões, além de uma venda em novembro de 2022, de cerca de 10% do capital social da empresa.

Ainda no fim de maio os franceses anunciaram que estão em uma conciliação para renegociar com seus credores uma dívida de € 6,4 bilhões (R$ 33,4 bilhões no câmbio atual).

Com informações de Estadão Conteúdo

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Vinícius Alves

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