A Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu zerar, temporariamente, a tarifa de importação da soja e do milho, que estão com os preços em alta no mercado brasileiro. Esta medida estava sendo discutida já em agosto.
O governo busca, com isso, ter mais oferta dos grãos internamente para elevar a competição e, consequentemente, diminuir os preços. Com a moeda brasileira desvalorizada, o que favorece os preços no mercado externo, os produtores de soja e milho destinaram a produção para a exportação, o que fez com que o preço dos produtos vendidos no Brasil subissem.
Entretanto, o pedido para zerar a tarifa de importação foi feito, primeiramente, pelos produtores de proteína animal, que utilizam os insumos em ração. Dessa forma, os representantes dos Ministérios da Economia, Relações Exteriores, Agricultura, além da Presidência da República, se reuniram virtualmente na última sexta para discutir o tema.
Segundo fontes do jornal “O Estado de S. Paulo”, que estavam acompanhando a reunião, apesar de haver consenso na câmara sobre a necessidade de zerar a tarifa, ainda houve uma discussão maior acerca do tempo que poderá valer a isenção: até janeiro, março ou junho.
A diminuição do Imposto de Importação, que varia entre 8% e 10%, dependendo do produto, vale somente para os países que não fazem parte do Mercosul, já que o comércio dentro do bloco, com algumas exceções, como açúcar e automóveis, é isento de tarifas.
Tarifa de importação do arroz e dados sobre exportação de soja e milho
Em setembro, a câmara decidiu zerar a tarifa de importação do arroz. O governo estabeleceu uma cota de 400 mil toneladas que podem entrar no País sem a taxa até o fim de 2020. A decisão foi tomada com o intuito de conter a disparada do preço do arroz. Isso porque o pacote de cinco quilos, que era vendido por cerca de R$ 15, chegou a custar R$ 40 em sites de alguns supermercados..
De acordo com dados do Ministério da Economia, o Brasil exportou US$ 27,162 bilhões de soja no acumulado do ano até setembro. O valor representa uma alta de 27,8% em relação ao período de janeiro a setembro do ano passado. Mais de 70% das vendas foram para a China. No mesmo período, as importações totalizaram US$ 160 milhões, crescimento de 314,7%, quase a totalidade vindo do Paraguai.
Já as vendas de milho, grão que agora está isento de tarifas de importação, tiveram uma queda em relação ao ano passado, quando o Brasil teve safra recorde. As vendas de milho recuaram 32,1%, para US$ 3,308 bilhões. Os principais destinos no período foram Japão, Vietnã e Taiwan. As importações ficaram US$ 109 milhões, queda de 7,3%, e vieram principalmente do Paraguai e da Argentina.
Com informações do Estadão Conteúdo