O ministro da Economia, Paulo Guedes, sinalizou nesta terça-feira (20) que o governo federal avalia a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) do braço digital da Caixa Econômica Federal para os “próximos seis meses”.
O banco estatal foi responsável pela operacionalização do pagamento do auxílio emergencial de R$ 600,00, conhecido como coronavoucher. Desse modo, o cenário levou a um movimento de abertura de milhões de contas bancárias na Caixa para os beneficiários receberem os depósitos.
“Nós digitalizamos 64 milhões de pessoas. O quanto vale um banco com 64 milhões de pessoas? Pessoas de baixa renda, mas pessoas que foram bancarizadas pela primeiríssima vez, então elas vão ser leais pelos restos de suas vidas”, afirmou o ministro Paulo Guedes em transmissão ao vivo com investidores, na Milken Institute Global Conference.
“Estamos planejando um IPO desse banco digital que nós produzimos em menos de seis meses”, acrescentou o economista. Guedes, no entanto, não esclareceu se sua fala fazia referência à Caixa ou somente ao segmento digital da instituição financeira.
Com IPO à vista, Caixa teria de cindir operações
Os pagamentos do auxílio emergencial foram efetuados através do aplicativo Caixa Tem, porém o banco estatal não possui um braço digital formalmente segregado de suas operações, como é o caso do Next em relação ao Bradesco (BBDC4). Nesse sentido, na hipótese de o governo decidir abrir o capital desse braço, será necessário realizar a cisão das operações.
Com o aplicativo, os usuário podem movimentar valores e fazer compras em estabelecimento comerciais através de um cartão de débito virtual, assim como por meio da tecnologia de QR Code. A plataforma também permite o pagamento de contas de água, luz, telefone, gás e boletos.
Em setembro, a Caixa já havia comunicado que planeja expandir as operações do Caixa Tem para incluir funcionalidade como a oferta de microcrédito, seguros e cartões.
Ainda no mês passado, o banco estatal suspendeu pela segunda vez o IPO da Caixa Seguridade, que deve apenas no ano que vem. A abertura de capital da subsidiária da Caixa Econômica era poderia levantar entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões, se colocando como um dos mais esperados pelo mercado em 2020.