O governo brasileiro está negociando com a União Europeia (UE) para evitar cotas a importação de produtos siderúrgicos.
O objetivo das conversas é convencer o bloco a não dificultar as importações de sete produtos siderúrgicos. A partir do dia 2 de fevereiro entrará em vigor um novo sistema de cotas a importação na União Europeia. O governo brasileiro quer chegar a um acordo com a UE para tentar excluir o aço brasileiro desse sistema de cotas.
Entre os produtos brasileiros afetados pelas medidas europeias estão:
- laminados a frio,
- folhas metálicas,
- laminados de aço inoxidável,
- laminados a quente,
- chapas grossas,
- perfis e tubos sem costura.
Os produtos semiacabados de aço ficaram de fora das cotas. Esses produtos são aqueles com o maior volume vendido aos europeus. Somente no ano passado foram 2 milhões de toneladas, cerca de 15% do total exportado pelo Brasil. Em 2018 o País exportou mais de 14 milhões de toneladas de aço. O valor total foi US$ 8,8 bilhões
Saiba mais: União Europeia colocará limites à importação de aço do Brasil
O setor siderúrgico brasileiro ainda não calculou qual será o impacto financeiro dessas novas barreiras. Entretanto, elas certamente afetarão seu potencial exportador. Em 2018, o Brasil exportou, para todo o mundo, 14 milhões de toneladas de aço, o equivalente a US$ 8,8 bilhões. A UE ficou com cerca de 15% desse total.
O setor do aço está ainda trabalhando abaixo de sua plena potencialidade. A indústria siderúrgica brasileira está utilizando apenas 69% de sua capacidade instalada. E uma redução das exportações teria um impacto ainda mais negativo.
Dinâmicas internacionais
O Ministério das Relações Exteriores informou que o governo acompanha o assunto desde março de 2018.
Ontem foi realizada uma videoconferência entre membros da Comissão Europeia e do Itamaraty. Os funcionários do Ministério questionaram os europeus sobre a imposição de barreira para os laminados a quente, usados na produção de placas e blocos. Isso porque esses produtos siderúrgicos não estavam na lista inicial de bens a ser tarifados.
Segundo a UE, as indústrias siderúrgicas locais sofrem com a concorrência dos produtos importados. Por isso o bloco vai aplicar limitações a todos os países exportadores de aço que serão votadas esta semana pelo Parlamento europeu
A medida europeia é também consequência das novas limitações impostas pelos Estados Unidos ao aço importado. Com o fechamento do mercado dos EUA, os produtores internacionais procuraram outros mercados para exportar, como a Europa. Por isso há um excesso de oferta de aço na UE.
No começo de janeiro, a União Europeia notificou a Organização Mundial do Comércio (OMC) que começará a aplicar cotas as importações de 26 produtos de aço. Somente um determinado volume entrará no mercado europeu sem pagar nenhuma sobretaxa. Mas o excedente deverá pagar um imposto alfandegário 25%. A medida deveria atingir principalmente a China, maior exportador do mundo, mas acabará afetando também o Brasil.
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