O gabinete de crise do Palácio do Planalto pode afastar a diretoria da Vale, enquanto são investigadas as causas da tragédia de Brumadinho, Minas Gerais, afirmou o presidente interino, Hamilton Mourão, na última segunda-feira (28).
O governo já possui a maioria no conselho de administração por ter representantes aliados. No entanto, a expectativa é de convencer o restante dos acionistas da Vale para a destituição dos diretores ser realizada.
“A questão da diretoria tem de reunir o conselho de administração. É ele quem nomeia”, disse Mourão.
Desta forma, o movimento seria encabeçado pelo Banco do Brasil e funcionários da empresa.
O governo já possui aliados no conselho que juntos podem convocar uma assembleia para avaliar a destituição. Entretanto, para realizar a convocação é necessário possuir uma maioria simples.
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Mourão assumiu a Presidência interinamente porque Jair Bolsonaro passou por uma cirurgia no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. O procedimento foi realizado para retirada da bolsa de colostomia.
De acordo com o porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, mudar a direção da companhia durantes as investigações do acidente estão em análise.
“Estudos estão sendo aprofundados para que a decisão seja tomada adequadamente e naturalmente dentro dos ditames legais que regem o nosso dia a dia”, afirmou o porta-voz.
Maioria favorável à destituição
Mesmo que seja acionista da Vale, o governo não pode afastar a diretoria da companhia sozinho, por conta de um acordo entre acionistas que prevê ao menos 75% dos votos favoráveis para a tomada da decisão.
Desta forma, apenas acionistas ligados ao governo não são suficientes para realizar a destituição da diretoria da Vale. No entanto, seria preciso convencer a Bradespar de tomar tal medida.