O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta terça-feira (21) que o governo trabalha para que a taxa de juro do empréstimo consignado para aposentados fique abaixo de 2%.
Em entrevista à GloboNews, Costa revelou que está sendo feito um trabalho conjunto com os ministérios da Fazenda, do Trabalho e da Previdência, que vão buscar o percentual apontado para os juros dos empréstimos consignados.
“Ouvindo o mercado, ouvindo o Banco do Brasil e a Caixa Econômica, buscaremos um número que seja inferior a 2,14%, que é o que os bancos estavam praticando”, afirmou.
Além disso, o ministro da Casa Civil pontuou que a taxa do consignado será superior a 1,7%. Segundo ele, a decisão final sobre o tema deve ser tomada até a próxima terça-feira.
Governo baixa teto dos juros do consignado
Na quinta (16), os bancos começaram a suspender temporariamente a concessão de crédito consignado para aposentados após o Conselho Nacional de Previdência Social baixar o teto dos juros dessas operações de 2,14% para 1,70% ao mês.
Nas operações com cartão consignado, o teto dos juros também caiu: saiu de 3,06% para 2,62%
A mudança nos juros no momento atual de restrição da oferta de crédito foi feita à revelia do Ministério da Fazenda pelo ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, e acabou gerando um embaraço para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva – já que uma eventual reversão da medida tem custo político para o governo.
O presidente criticou em evento nesta semana o anúncio de medidas por seus ministros sem o aval da Casa Civil. Um dos alvos do recado de Lula foi justamente o ministro da Previdência, que no início do governo já tinha sido desmentido pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, depois de acenado com reversão de regras aprovadas na reforma da Previdência.
Atualmente cerca de 14,5 milhões de aposentados do INSS têm empréstimo consignado, com valor médio de R$ 1.576,19.
Lupi comemorou nas redes sociais a decisão afirmando que a redução dos juros do empréstimo consignado é uma bandeira do governo. Mas a decisão não teve aval da área econômica, que avalia defender uma reversão da medida diante do cenário de risco de crédito.
Com informações do Estadão Conteúdo