Governo federal planeja imposto de 0,4% para depósitos e saques em dinheiro

O governo federal apresentou uma proposta de reforma tributária que inclui um imposto para saques e depósitos. O texto foi divulgado nesta terça-feira (10) durante o Fórum Nacional Tributário.

Conforme a proposta apresentada, as operações realizadas em dinheiro serão taxadas com uma alíquota de 0,4%. Para os saques feitos através de crédito e débito, o imposto será de 0,2%.

Por meio desse tributo, o governo pretende substituir a folha de pagamentos, a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

“Estamos ano a ano com uma regressão percentual de pessoas empregadas formalmente. E isso não pode ficar de fora da reforma tributária, porque o impacto mais significativo [para o emprego] talvez seja a desoneração sobre folha”, afirmou o secretário-adjunto da Receita Federal, Marcelo de Sousa Silva.

O secretário-adjunto foi responsável por apresentar a proposta. Em contrapartida, Silva afirmou que irá propor benefícios como a ampliação da faixa de isenções para pessoas de baixa renda.

Os impostos apresentados pelo governo federal estão sendo comparados com a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

CPMF

A CPMF durou por 11 anos no Brasil. Ela funcionava da seguinte forma: todas as transações bancárias feitas por um cidadão tinham tributos cobrados em cima. A contribuição foi aplicada de 1997 até 2007, em âmbito federal, e tinha como objetivo arrecadar fundos para o custeio da saúde e Previdência Social.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2021/06/e3bca4b9-frame-21.png

Algumas movimentações financeiras ficavam de fora dessa tributação bancária, como por exemplo:

  • Negociação de ações na Bolsa de Valores;
  • Saques de aposentadorias;
  • Seguro-desemprego;
  • Transferências entre contas correntes da mesma titularidade.

No período em que esteve em vigor, a CPMF gerou um valor de R$ 223 bilhões aos cofres.

Bolsonaro diz que nenhum novo imposto será criado

Em julho, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a CPMF não faz parte de seu plano de governo. Além disso, o mandatário ressaltou que, na reforma tributária, o governo iria tratar somente de tributos da União.

Saiba mais: Paulo Guedes defende nova CPMF em reforma tributária

“Primeiro, não criaremos nenhum novo imposto. O que está tramitando lá, é do Parlamento, não é nosso. Queremos fazer reforma tributária e mexer com impostos federais apenas”, afirmou Bolsonaro, na ocasião.

Por outro lado, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou no último mês que governo tem intenções de fazer um imposto sobre movimentações financeiras na reforma tributária., como uma nova CPMF.

Giovanna Oliveira

Compartilhe sua opinião

Receba atualizações diárias sobre o mercado diretamente no seu celular

WhatsApp Suno