Com a previsão de resultar em investimentos de R$ 10 bilhões, o governo promove nesta quarta-feira (7) os leilões de 22 aeroportos, com a concessão dos terminais aéreos à iniciativa privada por 30 anos. A movimentação marca a abertura da InfraWeek, a semana de leilões organizada pelo Ministério da Infraestrutura.
Divididos em três blocos regionais, os aeroportos começaram a ser leiloados a partir das 10h na sede da B3, em São Paulo. Os lances mínimos dos leilões serão de R$ 130,2 milhões pelo Bloco Sul, R$ 47,8 milhões pelo Bloco Norte e R$ 8,1 milhões pelo Bloco Central.
Vencerão os consórcios que oferecerem o maior ágio sobre o preço mínimo de cada bloco. Os valores – lance mínimo mais ágio – serão pagos imediatamente após o leilão. A partir do quinto ano de contrato, os consórcios terão de pagar ao governo um percentual da receita obtida a cada ano, até o fim do contrato.
Integram o Bloco Sul os aeroportos de Curitiba, Foz do Iguaçu (PR), Londrina (PR), Navegantes (SC), Joinville (SC), Bacacheri (PR), Pelotas (RS), Uruguaiana (RS) e Bagé (RS). O Bloco Central é composto pelos aeroportos de Goiânia, São Luís, Imperatriz (MA), Teresina, Palmas e Petrolina (PE). Fazem parte do Bloco Norte os aeroportos de Manaus, Tabatinga (AM), Tefé (AM), Porto Velho, Rio Branco, Cruzeiro do Sul (AC), e Boa Vista.
Os 22 aeroportos que integram os leilões de hoje correspondem a 11% do tráfego aéreo nacional de passageiros, de acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O governo estima investimentos de R$ 6,1 bilhões nos aeroportos concedidos à iniciativa privada, dos quais R$ 2,8 bilhões no Bloco Sul, R$ 1,8 bilhão no Bloco Central e R$ 1,4 bilhão no Bloco Norte.
Leilões de aeroportos dão tom de recepção do mercado a ativos
Os leilões de hoje devem dar o tom de como será a recepção do mercado aos ativos oferecidos pelo governo. Segundo comentários, autoridades mais otimistas projetam que, com toda a semana, a cifra possa chegar a R$ 20 bilhões. O valor é bem superior ao atual orçamento do Ministério da Infraestrutura, que ficou em R$ 7 bilhões para este ano.
As autoridades afirmam que há interesse pelos ativos e que não gastariam esforços se não houvesse. Há, porém, quem duvide do número – estrangeiros, em março, retiraram R$ 4,61 bilhões do país na B3, sinalizando uma desconfiança. Em fevereiro, o déficit ficou em R$ 6,7 bilhões.
Os comentários são que investidores estrangeiros estão com um pé atrás com o Brasil por conta de vários fatores, o que pode impactar os leilões. Entre as causas, a demora do Congresso em avançar em pautas – discutindo em abril ainda o orçamento para o ano -, a forma como o país lida com o meio ambiente, com o ministro Ricardo Salles despertando desconfiança.