Governo não irá mudar estratégia da dívida pública após debanada
Segundo o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Luis Felipe Vital, após a debandada de secretários do Ministério da Economia, não ocorrerá alteração na gestão da dívida pública federal.
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“Não temos previsão de mudança na estratégia da dívida. Não temos perspectiva de mudar nenhum ponto na estratégia da dívida pública deste ano”, completou o secretário.
Ele disse ainda que a alta na curva de juros registrada no mês de outubro “basicamente traduz o noticiário fiscal”.
“O Tesouro teve uma postura mais ativa no acompanhamento de mercado em outubro, para ajustar a atuação a condições de mercado. Quando observamos o mercado com maior volatilidade, ajustamos lotes de leilão e horários de portarias para contribuir com estabilidade”, completou.
Segundo Vital, isso explica o leilão de menor volume registrado ontem.
Ele ressaltou que, em outubro, a DPF poderá voltar a observar resgate líquido depois de vencimentos “expressivos” – R$ 270 bilhões só de LTN. Em novembro e dezembro, porém, a expectativa é de emissões líquidas.
Em relação ao aumento no custo da dívida pública — que subiu de 6,44% a.a. em agosto para 6,91% a.a. em setembro — o secretário ressaltou que há uma série de elementos que explicam isso, como a alta na inflação e na Selic.
Resgates
Vital disse que o resgate de papéis registrados em setembro foi o segundo maior da história, atrás apenas de abril deste ano. Em setembro, os resgates somaram R$ 236,198 bilhões.
Isso se deveu à concentração de vencimentos no mês passado, principalmente de papéis atrelados à taxa Selic – 96% dos resgates foram de LFT.
“Setembro registrou maior aversão a risco por investidores. Houve aumento na percepção de risco de emergentes em setembro”, completou.
De acordo com o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, o aumento na curva de juros em setembro foi explicado por preocupações com o fiscal. Há pouco, o Tesouro informou ainda que a divulgação do Relatório Semestral de Projeções da Dívida Pública, prevista para hoje, foi adiada para novembro.
Dívida Pública Federal caiu para R$ 5,4 trilhões
O estoque da Dívida Pública Federal recuou 0,68% em setembro e fechou o mês em R$ 5,443 trilhões. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 27, pelo Tesouro Nacional. Em agosto, o estoque estava em R$ 5,480 trilhões.
A correção de juros no estoque da DPF foi de R$ 52,92 bilhões no mês passado, enquanto houve resgate líquido de R$ 90,27 bilhões.
A DPF inclui a dívida interna e externa. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) subiu 0,98% em setembro e fechou o mês em R$ 5,185 trilhões.
Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe) ficou 5,83% maior no mês, somando R$ 257,7 bilhões ao fim de setembro.
(Com informações do Estadão Conteúdo)