Governo cede e decide divulgar cálculos da reforma da Previdência

O governo cedeu e decidiu divulgar os cálculos que embasaram a reforma da Previdência na próxima quinta-feira (25), após votação. A expectativa é para que a proposta seja votada nesta terça-feira (23) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

Tabelas, planilhas e sistemas da reforma da Previdência serão retirados do sigilo e liberados para análise dos parlamentares. As informações foram divulgadas na coluna da Miriam Leitão, no jornal “O Globo”.

Saiba Mais: Reforma da Previdência: a poucas horas da votação na CCJ, ainda não há acordo

Os dados estavam até então sob sigilo e o governo defendeu a não divulgação das informações. O Major Vitor Hugo, líder do governo na Câmara, afirmou que, no momento, “os dados são irrelevantes”. O deputado disse que não cabe à CCJ julgar o mérito da reforma, mas apenas a sua constitucionalidade.

Após críticas sobre o sigilo dos dados, o governo afirmou que nenhum outro presidente manteve as informações abertas enquanto as PECs tramitavam na CCJ.

De acordo com o governo, o sigilo era crucial para não ocorrer “interpretação equivocada” da reforma da Previdência. Além disso, o ministério teme que a divulgação dos dados afete os mercados e a tramitação no Legislativo.

O Ministério da Economia negou ao menos nove vezes o acesso de cidadãos a documentos, pareceres e estudos da proposta.

Governo aceita alterar pontos

Na segunda-feira (22), o governo anunciou flexibilidade em alterar quatro pontos da reforma da Previdência com o objetivo de viabilizar a aprovação na CCJ.

Os pontos são: o fim da multa de 40% sobre o FGTS; a definição do foro de Brasília para ações judiciais sobre a reforma; a retirada da definição da aposentadoria compulsória da constituição e alterações na Previdência apenas pelo Executivo.

Reforma da Previdência: “Não tem sigilo”, comenta secretário sobre dados

As alterações que foram feitas são aquelas em que “os pontos não tem impacto fiscal e não afetam a espinha dorsal do projeto” afirma o secretário de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2021/05/7249020c-banner-home-15.jpg

Confira detalhes das mudanças:

  • A reforma da Previdência sugeria acabar com a multa de 40% que o empregador deveria pagar sobre o saldo do Fundo de Garantia sobre o Tempo de Serviço (FGTS), neste caso, quando a demissão é sem justa causa;
  • o texto retiraria a definição da aposentadoria compulsória da Constituição federal e passaria ela a uma lei complementar;
  • A proposta tinha como definição o foro de Brasília para qualquer tipo de ação judicial sobre questões previdenciárias;
  • Estava sujeita apenas ao Executivo federal realizar qualquer alteração na Previdência.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/06/1080X250.png

Depois de aprovada na CCJ, a PEC da reforma da Previdência será enviada para análise e votação em uma comissão especial. Só depois disso é que o texto passa para votação em dois turnos no plenário e precisa do apoio de 308 deputados.

“Quer saber mais sobre o IPO do Uber? Baixe aqui o relatório completo GRATUITO”

Beatriz Oliveira

Compartilhe sua opinião

Receba atualizações diárias sobre o mercado diretamente no seu celular

WhatsApp Suno