Governo aumenta previsão para déficit primário a R$ 787,4 bilhões
O Ministério da Economia indicou nesta quarta-feira (22) a revisão do déficit primário do governo central para R$ 787,4 bilhões, o que representaria o pior resultado da história.
A meta esse ano era para um déficit primário de R$ 124,1 bilhões, entretanto o governo foi isento de cumpri-la frente ao estado de calamidade pública decretado por causa da pandemia de coronavírus (Covid-19). Em maio, o governo previa que o déficit chegaria a R$ 540,534 bilhões.
De acordo com o Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, a projeção para as receitas primárias para 2020 cresceram de R$ 1,477 trilhões em maio, para R$ 1,456 trilhões. As previsões foram as seguintes:
- Receitas administrativas em R$ 891 bilhões;
- Receitas previdenciárias em R$ 401 bilhões;
- Receitas não administradas em R$ 163,9 bilhões;
- Receitas com concessões em R$ 4,7 bilhões;
- Receitas com dividendos em R$ 6 bilhões;
- Despesas em R$ 1,983 trilhões, ante R$ 1,753 trilhão estimado em maio;
Além disso, os Estados registraram, até junho, uma queda de 3,5% na arrecadação em relação ao mesmo período do ano passado, com uma diferença de R$ 7,1 bilhões.
No relatório, o Ministério da Economia salientou que “a partir de junho, com uma possível recuperação da arrecadação nos Estados e a entradas das 4 parcelas da transferência da 173, o suporte aos Estados tende a compensar a queda na arrecadação”.
O relatório também apontou que o governo manteve sua previsão oficial para a queda do Produto Interno Bruto (PIB) em 4,7%. Ao mesmo tempo, a taxa Selic média ficou estimada em 2,6% e a taxa de câmbio médio ficou em R$ 5,10.
O Itaú piorou a estimativa de déficit primário
O Itaú Unibanco (ITUB3; ITUB4) divulgou um relatório no início do mês informando que revisou e piorou a estimativa para o déficit primário do Brasil em 2020 e 2021. Para esse ano, a projeção passou de um rombo de 10,2% do Produto Interno Bruto (PIB) da previsão anterior, para 11% do PIB, alcançando R$ 800 bilhões.
Saiba mais: Itaú (ITUB4) piora estimativa de déficit primário para 11% do PIB
Em relação ao déficit primário em 2021, o Itaú prevê que seja de 2,5% do PIB, chegando a R$ 200 bilhões, ante a projeção anterior de 2,2%.