A Alemanha planeja investir € 300 milhões (cerca de R$ 1,77 bilhões) na CureVac, um desenvolvedor de vacinas contra o coronavírus (covid-19). A informação foi divulgada pelo jornal “Financial Times” nesta segunda-feira (15).
A CureVac deve iniciar testes clínicos para a vacina contra o coronavírus neste mês e é uma das poucas empresas que trabalham com a tecnologia mRNA. A técnica permite utilizar genes do vírus para instruir o corpo humano a produzir proteínas que provocam uma resposta imune. Dessa forma, acredita-se que é capaz de chegar mais rapidamente a uma vacina.
Berlim informou que adquiriria uma participação de 23% na empresa no dia em que a CureVac anunciou que estava planejando uma Initial Public Offering (IPO) em Nova York.
Segundo o jornal estadunidense, o investimento daria início a uma tentativa para impedir uma aquisição estrangeira do grupo de biotecnologia depois dele ter atraído o interesse do governo Trump.
“Queremos dar segurança financeira [à empresa]”, disse Peter Altmaier, ministro da Economia da Alemanha, a repórteres na segunda-feira.
“Para mim e para o governo federal, é fundamental, do ponto de vista industrial, que mantenhamos e fortaleçamos indústrias-chave na Alemanha”, disse ele. “A Alemanha não está à venda. Nós não vendemos nossos talheres”.
A corrida global pela vacina contra o coronavírus
Em março, um jornal alemão informou que o governo dos EUA havia tentado assumir a CureVac para garantir o fornecimento de uma vacina ao país. Isso levou os ministros de Berlim a reagirem com fúria, porém a administração da empresa negou mais tarde que os Estados Unidos houvesse abordado a empresa.
De acordo com o Financial Times, é possível que a busca por uma vacina contra o coronavírus desencadeie confrontos geopolíticos se os países agirem de acordo com o interesse próprio, em vez de adotar uma abordagem mais colaborativa.
Veja também: AstraZeneca negocia com Brasil fornecimento de vacina contra covid-19
A Comissão Européia já ofereceu um financiamento de € 80 milhões a CureVac, com sua presidente, Ursula von der Leyen, expressando sua esperança de que a empresa possa ter uma vacina pronta “talvez antes do outono”.
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