Governo planeja iniciar terceira dose da vacina para idosos em setembro

O Ministério da Saúde já tem uma quantidade de vacina suficiente para aplicar a terceira dose nos idosos em setembro, segundo a secretária especial da Covid, Rosana Leite de Melo.

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Logo depois de vetar o uso da Coronavac em crianças em adolescentes, na última quarta-feira (18), a Anvisa recomendou a aplicação de uma 3ª dose para idosos e imunossuprimidos, que poderão receber uma vacina diferente das duas primeiras doses.

Além disso, o órgão de vigilância sanitária pediu mais dados sobre as vacinas Pfizer e AstraZeneca, para investigar a necessidade de uma terceira dose do imunizante. A Janssen também sinalizou que deseja iniciar estudos nesse sentido – lembrando que se trata da vacina de dose única.

A ampliação da terceira dose em profissionais da saúde, de acordo com a secretária especial, ainda não está definida, embora as chances sejam grandes. Já a inclusão de toda a população adulta ainda depende dos resultados de estudos e também da disponibilidade de vacinas no mercado mundial.

Queda da eficiência das vacinas em seis meses

De acordo com Rosana Leite, os dados do Ministério da Saúde mostram que os idosos completarão 6 meses da imunização com duas doses exatamente em setembro. E estudos apontam uma queda na eficiência da vacina justamente após o período de 180 dias da última aplicação.

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“Nosso levantamento mostra que vai dar 6 meses a partir de setembro para a maioria dos idosos . Então, teria essa programação, mas não batemos o martelo ainda. Se fosse para começar, a justificativa seria essa. E por isso falamos paras as pessoas não ficarem vacinando as crianças antes”, explicou Rosana.

De acordo com um levantamento feito pelo Sindicato dos Hospitais Particulares de São Paulo (SindHosp), os idosos voltaram ser a maioria dos internados com Covid-19 em hospitais privados do estado: 52% das ocupações dos leitos clínicos são por pacientes com mais de 70 anos.

Para o médico Francisco Balestrin, presidente do sindicato autor da pesquisa, a volta dos idosos aos hospitais é preocupante e pode estar relacionada ao fato da vacinação ter sido há mais tempo. Balestrin defende a avaliação de uma terceira dose da vacina para idosos.

Risco da variante Delta

A preocupação com o avanço da variante Delta é um sintoma global e deve chegar no Brasil, segundo um estudo do Grupo de Pesquisa Interdisciplinar Ação Covid-19.

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Os pesquisadores elaboraram um possível cenário para a pandemia em 2022, que aponta que o coronavírus da variante Delta poderá infectar até 71,5% da população. A análise avalia três variáveis:

  • duração da imunização fornecida pelas vacinas;
  • densidade populacional, e
  • o Índice de Proteção à Covid-19 (IPC), que avalia qualidade de vida junto à infraestrutura urbana.

Uma cidade como São Paulo (SP), com alto IPC, teria 36,1% da população infectada; já Olinda (PE), com baixo IPC, poderia chegar a 71,5%.

O Ministério da Saúde já confirma 41 óbitos decorrentes da variante delta até 16 de agosto. De acordo com a Fiocruz, os sequenciamentos genéticos brasileiros apontaram 22,1% dos casos de Covid-19 com a Delta – em junho o total era de 2,3%. A OMS prevê que a Delta irá tornar-se a variante predominante no Brasil em breve.

Alemanha, Israel, França, Emirados Árabes Unidos, China, Rússia e Estados Unidos já anunciaram a aplicação de terceira dose de vacina para a população, com o objetivo de conter o avanço da variante Delta.

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Monique Lima

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