Google venderá títulos para ajudar no combate à desigualdade racial
A Alphabet, controladora do Google (NASDAQ: GOOG), estuda vender US$ 10 bilhões (cerca de R$ 53,25 bilhões) em títulos de baixo rendimento para colaborar com o combate à desigualdade racial. A companhia também possui outros projetos de sustentabilidade que podem ser beneficiados pela medida.
A empresa busca financiar instituições que apoiam empreendedores negros e pequenas e médias empresas que foram fortemente impactadas pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Os projetos da controladora do Google também visam auxiliar moradias populares e colaborar com energia limpa e edifícios verdes, segundo a agência de notícias “Bloomberg”.
Segundo a agência, investidores já demonstraram ter interesse em adquirir os títulos com US$ 31 bilhões em pedidos de emissão. Um alvo inicial para a venda dos títulos seria de aproximadamente US$ 7 bilhões, patamar abaixo da potencial demanda.
A Alphabet realiza poucas emissões de títulos no mercado de grau de investimento nos Estados Unidos, algo parecido como um papel de crédito privado no Brasil. A última operação foi há quatro anos, quando a emissão já era barata, passando a ficar ainda mais convidativa atualmente uma vez que a companhia pagará apenas 25 pontos-base sobre os títulos do Tesouro norte-americano para um prazo de cinco anos. A atual taxa de juros dos Estados Unidos está entre 0% e 0,25%.
As instituições financeiras J.P. Morgan, Goldman Sachs e Morgan Stanley coordenam a operação, junto aos subscritores Blaylock Van (banco de investimentos controlado por minorias) e o Drexel Hamilton (liderado por veteranos com deficiência).
Recentemente, a gigante da tecnologia já havia demonstrado seu apoio à comunidade negra, tendo anunciado um “pacote de oportunidades econômicas” de US$ 175 milhões para aportar em empresas e startups de venture capital lideradas por negros, além de financiar a gradução de negros e subsidiar empresas de pequeno porte.
A controladora do Google pode vender a dívida em seis tranches, segundo a “Bloomberg”. O papel de prazo mais longo, de 40 anos, vai oferecer um retorno de 1,08 ponto percentual acima dos Treasuries, após análise de faixa inicial entre 1,25 e 1,3 ponto percentual. Pouco mais de 50% da captação será destinada a projetos de sustentabilidade.