A consultoria Lademann & Associates divulgou nesta segunda-feira (28) um estudo que mostra que a empresa Google (NASDAQ: GOOG), apesar de ter sido multada pela União Europeia (UE) em US$ 2,8 bi, continua a aumentar seu poder de mercado. De acordo com a pesquisa, a medida tomada pela UE para dar mais espaço aos concorrentes nos serviços de comparação de preços só colaborou com o domínio da empresa neste segmento.
O estudo realizado pela consultoria analisou os serviços de comparação de preços citando como exemplos a empresa britânica Kelkoo, a francesa LeGuide e outras em 21 países europeus, registrando um total de 25 concorrentes da Google.
A empresa foi multada em 2,4 bilhões de euros (aproximadamente R$ 18,49 bilhões) pelas autoridades antitruste da União Europeia, em 2017, pela prática “anticompetitiva” ao favorecer seu próprio serviço de comparação de preços.
Em consequência, o Google informou que permitiria que concorrentes utilizassem o espaço publicitário no topo de uma página de resultados de busca com a finalidade de direcionar os acessos para os seus sites.
Apesar disso, a companhia continuou aumentando seu poder de mercado durante os últimos três anos, apontou a pesquisa. Deste modo, as empresas concorrentes, anunciaram a ineficácia da proposta, solicitando à chefe antitruste da UE, Margrethe Vestager, que a UE sancionasse o Google por não cumprir o acordo.
“A proposta do Google fortaleceu ainda mais a posição dele nos serviços de comparação de preços nos mercados nacionais e consolidou seu domínio nas buscas em geral ” declarou Thomas Hoppner, autor do estudo e conselheiro de vários rivais do Google.” [E isso ocorreu] não porque a Comissão Europeia impôs o remédio errado. É porque o mecanismo de conformidade escolhido pelo Google não cumpre a solução imposta”, concluiu.
Em resposta às acusações, o Google informou que os resultados da pesquisa ignoram os fatos e o raciocínio da Comissão em sua decisão.
“O remédio funcionou com sucesso por três anos, gerando bilhões de cliques para mais de 600 serviços de comparação de preços, e está sujeito a monitoramento intensivo”, respondeu uma porta-voz da empresa.
Google é investigado na Europa por oferta de US$ 2 bi pela Fitbit
A Comissão Europeia lançou no dia 4 de agosto deste ano uma investigação aprofundada sobre a oferta de US$ 2,1 bilhões do Google para a empresa de dispositvos eletrônicos Fitbit. A instituição teme que a aquisição possa prejudicar a concorrência nos mercados de publicidade digital.
Além disso, a investigação examinará se:
- uma fusão dos bancos de dados e sistemas das duas empresas afetaria o desenvolvimento do setor de saúde digital da Europa;
- e se o Google conseguiria reduzir a capacidade de conexão do sistema operacional Android com dispositivos rivais da Fitbit, visando privilegiar a empresa.
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Margrethe Vestager, vice-presidente executivo responsável pela política de concorrência, disse que a investigação “visa garantir que o controle do Google sobre os dados coletados por meio de dispositivos portáteis, como resultado da aquisição, não distorça a concorrência”.