Com crescente de recorrência do Golpe do Emprego, um levantamento da PSafe identificou que a cada minuto são duas vagas falsas enviadas para usuários por meio de mensagens.
Segundo a pesquisa, geralmente, as vagas falsas do golpe do emprego chegam via SMS, WhatsApp ou Direct nas redes sociais.
Os dados da PSafe mostram que, somente entre setembro de 2021 e fevereiro de 2022, foram detectadas mais de 600 mil tentativas de fraude, uma média de 120 mil por mês.
Geralmente são feitos contatos oferecendo vagas de trabalho flexível – que até mesmo possibilitam a conciliação com o emprego atual – e com uma remuneração acima da média. Os golpistas geralmente se passam por diretores e/ou funcionários de grandes empresas, por vezes multinacionais.
A alta na recorrência dos golpistas também vem em meio a um cenário de 11,3 milhões de desempregados (cerca de 10,5% da população adulta) e uma adesão dos smartphones, já que são 242 milhões de aparelhos, segundo levantamento que a FGV (Fundação Getúlio Vargas).
O volume, inclusive, demonstra que há uma média de mais de um smartphone por pessoa no país.
O golpe geralmente é aplicado por meio dos links enviados ao usuário do smartphone, sugerindo que haverão mais detalhes da vaga ou um “próximo passo” na candidatura da vaga de emprego.
Além disso, a cada 7 segundos um brasileiro é vítima de golpes virtuais, segundo dados do Serasa Experian. O número é levemente pior do que o registrado em 2021, e inferior à 50% do registrado em 2017.
Os dados mais recentes do órgão são referentes a março de 2022, mês em que foram registradas 389.788 tentativas de fraude por meios digitais. Esse volume é cerca de 19% maior do que em relação a igual período de 2021.
A maior ‘isca’ é o varejo, diz o Serasa, já que o segmento teve 74% mais golpes do que no ano passado, com 32,2 mil casos em março deste ano.
Logo atrás, instituições financeiras e bancos também apresentam altas pouco acima de 20%.
Como se prevenir do golpe do emprego?
Segundo as autoridades, a melhor forma de evitar ser pego em um desses golpes é aumentar o cuidado com links.
O delegado que investiga crimes virtuais em Belo Horizonte, Renato Nunes Guimarães, destaca que os golpistas podem ser, inclusive, de outros países.
“O atendente do outro lado é um robô, não é uma pessoa. Você está falando com um robô monitorado pelo golpista”, diz.
“Esses links maliciosos vão te roubar os dados e também causar um prejuízo financeiro, e você continuará sem emprego”, diz o delegado.
As mensagens costumam não dar informações sobre a vaga além da remuneração – utilizada de isca.
Outros pontos em comum são a promessa de uma vaga em “meio período” ou com uma proposta que pareça simples ou cômoda para a possível vítima.
Por fim, é necessário redobrar a atenção com pedidos de envio de dinheiro para ‘segurar a vaga’ ou seguir com o ‘processo seletivo’. Pela legislação trabalhista atual, uma empresa não pode realizar cobranças por um processo seletivo.
Pela jurisprudência atual, que segue normas internacionais como a Convenção 181 da a OIT (Organização Internacional do Trabalho), as agências de emprego privadas não devem impor aos trabalhadores, direta ou indiretamente, uma cobrança de encargos.
Mais: segundo o artigo nº 18 da Lei 6.019, é “vedado à empresa de emprego temporário cobrar do trabalhador qualquer importância, mesmo a título de mediação, podendo apenas efetuar os descontos previstos em lei”.
Ou seja, a solicitação de um valor – que é recorrente nos casos de golpe do emprego – configura crime mesmo se praticado por uma empresa não fraudulenta.
Notícias Relacionadas