Hacker aplica golpe em torcedores do Sport e causa prejuízo de R$ 80 mil em bitcoins

Um suposto novo golpe envolvendo chantagens com dados pessoais e registros íntimos pode ter movimentado mais de R$ 80 mil, com pagamento em bitcoins, desde a última sexta-feira (23).

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Dezenas de torcedores do time de futebol Sport Club do Recife relataram nas redes sociais estarem sendo chantageados por um hacker.

O golpista estaria ameaçando divulgar informações íntimas dos torcedores, conseguidas por meio de um suposto vazamento de dados.

Nas mensagens, o golpista afirma ter tido acesso a dados do usuário como fotos, vídeos íntimos, documentos, histórico e localização.

Os torcedores alegam que tiveram seus nomes completos, CPF, e-mails vazados.

Para evitar a divulgação, as vítimas deveriam fazer pagamentos de cerca de R$ 3 mil por meio de bitcoins.

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A partir da movimentação, o Sport divulgou uma nota oficial sobre o assunto na segunda-feira, afirmando que iria apurar os fatos e fazer a denúncia. Veja trecho:

“O Sport relata surpresa e registra que todos os dados, há no mínimo cinco anos, são geridos pela plataforma que presta serviços ao Clube, tanto na Secretaria Social (planos de sócios), quanto no sistema de vendas de ingressos.

O Clube também comunica que solicitou à atual plataforma um relatório detalhado acerca dos fatos relatados, junto a um descritivo dos procedimentos de segurança que são adotados pela empresa para gestão de dados dos clientes, seguindo as normativas da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

Paralelamente a isso, o departamento jurídico do Sport informa que já está adotando as medidas legais e judiciais para denúncia do fato ocorrido perante a autoridade competente, visando o célere elucidamento dos fatos relatados”.

Golpe pode ter movimentado R$ 80 mil

Analisando dados da blockchain, o Suno Notícias apurou que os supostos golpistas podem ter movimentado ao menos R$ 80 mil.

A carteira utilizada para os recebimentos das vítimas do Sport já transacionou 10 vezes, tendo recebido um total de 0,15458584 BTC (US$ 2.998,82) e enviado um total de 0,05987042 BTC (US$ 1.161,43).

O valor atual deste endereço é de 0,09471542 BTC, US$ 1.837,39, ou cerca de R$ 9.900, pela cotação do momento.

A mesma carteira está recebendo notificações no Bitcoin Abuse,  plataforma mantida pela comunidade para sinalizar possíveis fraudes cometidas com criptoativos. São 22 queixas desde a última sexta-feira (23).

É provável que as vítimas das denúncias não sejam restritas ao ciclo do Sport. Existem reclamações até em francês.

Vitimas relatam extorsão. Fonte: reprodução/Bitcoinabuse.com
Vitimas relatam extorsão. Fonte: reprodução/Bitcoinabuse.com

A carteira dos supostos aplicadores do golpe transacionou 0.05987042 BTC para outro endereço. Este segundo endereço, no total, já recebeu US$ 14.773,75, cerca de R$ 80 mil.

Crime é comum

Segundo Pedro Torres, advogado especialista em criptoativos e blockchain, essa modalidade de golpes não é rara.

“A criminalidade migrou para o meio digital em cripto justamente por causa das características desses ativos, que permitem a transmissão de valores sem existência física, diretamente entre as partes, de forma irreversível , a baixo custo e sem a identificação imediata”, disse.

Entretanto, as próprias características da blockchain fazem com que as movimentações sejam extremamente rastreáveis. Por ser um registro público, a tecnologia garante a imutabilidade do registro das operações.

Dessa forma, uma vez identificado o titular de uma carteira, a apuração de todas as operações realizadas pelo titular se torna possível.

Até o momento, não se sabe de fato se os criminosos possuem algum material dos torcedores do Sport, além de seus dados pessoais.

“É muito comum que se faça essa chantagem falsa nesse tipo de golpe para arrancar valores das vítimas”, afirma o advogado.

Algumas corretoras aderem a práticas que obrigam o usuário a fornecer dados que permitam sua identificação. São as políticas KYC – Know Your Customer (conheça seu cliente).

“É uma expressão recorrente no mundo dos negócios, especialmente nos mercados financeiro e bancário. As normas de KYC regulamentam esses setores para garantir o equilíbrio do mercado, evitar riscos e golpes financeiros e combater o fomento a atividades ilícitas, como lavagem de dinheiro e corrupção”, afirmou.

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Redação Suno Notícias

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