O Goldman Sachs informou nesta terça-feira (19) que revisou a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2020, para uma queda de 7,4% este ano.
As projeções anteriores do banco apontavam para uma baixa de 3,4%. Conforme relatório, o Goldman Sachs atrelou a projeção aos crescentes riscos políticos e fiscais do País que agravam a recessão econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus (covid-19).
O grupo financeiro destacou que, nas últimas semanas, o Brasil se transformou em dos epicentros globais de novas infecções do coronavírus. Isso está levando os governos manterem as medidas de isolamento social por mais tempo do que o inicialmente planejado, enquanto outras ações ainda são endurecidas para enfrentar a disseminação do vírus.
“Neste estágio, não está claro quando a curva do coronavírus vai atingir seu pico”, avaliou o Goldman Sachs no documento. O banco estima somente que as medidas de restrição serão revogadas parcialmente no Brasil, bem como em outros países da América Latina entre os meses de junho e julho. Para o México, a instituição financeira prevê um encolhimento de 8,5% no PIB deste ano, mesmo cenário para a economia da Argentina.
Goldman Sachs estima recuperação após 10 trimestres
De acordo com o relatório, o Goldman Sachs projeta que, para as maiores economias da América Latina, a recuperação dos impactos provocados pela pandemia pode demorar mais de 10 trimestres.
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Dessa forma, o PIB do Brasil deve contrair 14,2% nos primeiros seis meses deste ano, segundo o banco. Para o segundo semestre, a estimativa é de crescimento de 7,7%. A previsão para economia brasileira em 2021 é de expansão de 4%.
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Para os indicadores fiscais, o Goldman Sachs prevê uma déficit primário acima de 11% do PIB em 2020. Enquanto, a relação dívida/PIB deve atingir 92% em dezembro e o déficit fiscal atingir em 15% do PIB. “No geral, esperamos que a incerteza política e econômica permaneça alta, o que provavelmente aumentará o ônus econômico e social da pandemia e prejudicará a recuperação da atividade.”