Goldman Sachs recusa IPO de empresas que não possuem diversidade na diretoria
O presidente do Goldman Sachs, David Solomon, informou que não vai auxiliar a oferta inicial de ações (IPO) de empresas nos Estados Unidos e na Europa que não apresentem diversidade em sua diretoria.
As empresas que o banco de investimento vai auxiliar no IPO tem que ter no mínimo uma pessoa “diversa” em seu conselho de administração. Segundo Solomon, o foco são as mulheres. “Podemos até perder alguns negócios, mas no longo prazo acho que esse é o melhor conselho para as companhias que querem dar alto retorno aos seus acionistas”, disse o presidente da Goldman Sachs ao jornal norte-americano “CNBC”.
“A partir de 1° de julho nos EUA e na Europa, não aceitaremos uma empresa a menos que haja pelo menos um candidato integrante de grupos minoritários no conselho, com focos em mulheres”, completou Solomon.
De acordo com uma pesquisa da consultoria McKinsey, as companhias que investem mais em diversidade de gênero tendem a ter resultados 15% acima da média dos concorrentes diretos.
Nos últimos quatro anos, segundo Solomon, a performance de empresas nos EUA que tinham mulheres no conselho foi consideravelmente melhor do que as que tinham apenas homens.
“Percebemos que este é um pequeno passo, mas é um passo na direção de dizer: você sabe o que nós consideramos certo, pensamos que é o alerta correto e também estamos em uma posição, por causa de nossa rede, de ajudar nossos clientes caso precisarem de colaboração para colocar as mulheres em conselhos”, informou Solomon.
“Portanto, este é um exemplo nosso, dizendo: ‘Como podemos fazer algo que achamos certo e ajudar a impulsionar o mercado?'”.
Não erramos a valuation de unicórnios, diz Goldman Sachs
O CEO do Goldman , afirmou que o banco não errou a valuation das empresas consideradas unicórnios (mais de US$ 1 bilhão em valor de mercado).
O discurso aconteceu em um painel de discussão sobre “Valuation de unicórnios”, em Davos, na última terça-feira (21), após uma pergunta sobre empresas que não passaram por bons momentos no ano passado como WeWork e Uber.
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Solomon defendeu que os unicórnios juntos em 2019 performaram positivamente “mais do que o mercado em ano de bull market”. Entretanto, o executivo ressaltou que aconteceram casos de negócios que não deram certo.”Houveram empresas que não conseguiram apresentar resultados alinhados com as expectativas, mas eu acho que as expectativas eram muito agressivas”, afirmou Solomon.
“É preciso analisar o que mudou em 2019. Eu já falei disso várias vezes publicamente, fomos acostumados a um ambiente com taxas de juros zero. O dinheiro custava zero e isso levou muita gente a escolher investimentos com riscos elevados”, disse o CEO do Goldman Sachs.