Goldman Sachs lucra US$ 3,6 bilhões no 3T20, alta de 92%
O Goldman Sachs (NYSE: GS), um dos maiores bancos de investimento do mundo, apresentou um lucro líquido de US$ 3,62 bilhões (cerca de R$ 20,09 bilhões) no período entre julho e setembro deste ano. O resultado representa uma alta de 92% sobre o registrado no mesmo período do ano passado, quando a instituição lucrou US$ 1,88 bilhão.
A receita do Goldman Sachs atingiu US$ 10,78 bilhões. Ambos os resultados vieram melhores do que o esperado pelos analistas de Wall Street, que previam um lucro de US$ 1,94 bilhão e receita de US$ 9,38 bilhões.
O resultado trimestral do Goldman demonstra como a instituição foi uma das que melhores desempenharam desde o início da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Tal resultado foi impulsionado pelos esforços do Federal Reserve (Fed), Banco Central norte-americano, para apoiar os mercados, permitindo com que a companhia retirasse parte de seus empréstimos do balanço. Dessa forma, com uma carteira de concessões de crédito menor — cerca de US$ 112 bilhões contra quase US$ 1 trilhão do JP Morgan –, o banco está menos exposto à inadimplências.
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Segundo a divulgação do Goldman, a receita comercial auferida no período aumentou 29% na comparação anualizada, para US$ 4,55 bilhões. O banco de investimento angariou US$ 1,43 bilhão apenas com taxas de subscrição de oferta de ações, um crescimento de 60% em comparação ao mesmo período de 2019. O resultado foi estimulado pelo alto número de ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês), compensando a queda na parte de M&A.
Goldman Sachs aumenta rentabilidade enquanto dimunui provisões
A instituição destinou US$ 278 milhões para a Provisão de Devedores Duvidosos (PDD), sobretudo por conta da precaução com o seu novo negócio de cartões de crédito — o número, entretanto, é cerca de 20% do reservado no segundo trimestre deste ano, quando a os impactos da pandemia estavam em seu auge.
Os depósitos dos clientes do Goldman aumentaram em um ritmo mais lento em comparação ao segundo trimestre. Sua área de gestão de recursos registrou uma baixa de 3% nos ativos administrados, principalmente em razão da queda nos produtos de liquidez.
O Goldman destacou que o Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE) trimestral foi o maior desde 2010. Todavia, 2020 ainda reserva desafios para o banco, uma vez que Wall Street espera que o David Solomon, CEO do banco desde janeiro do ano passado, possa dar continuidade ao crescimento da receita da instituição, impulsionando o preço de suas ações, que andam de lado há anos.
As ações do Goldman Sachs operam em leve alta de 0,24% no pregão desta quarta-feira. Os papéis de bancos despencaram neste ano, apresentando um desempenho inferior ao do S&P 500, que negocia próximo de sua máxima histórica. Os papéis do Goldman registram uma queda de 8,62% em 2020.