O Goldman Sachs começou, nesta quinta-feira (22), a cobrir o setor de proteínas brasileiro. De início, o banco recomendou a compra da JBS (JBSS3) e da BRF (BRFS3), estipulando, respectivamente, os preços-alvo em R$ 41,30 e R$ 34. Para a Minerva (BEEF3), o GS estipulou uma recomendação neutra, com preço-alvo em R$ 11,80.
Para a BRF (BRFS3), os analistas Thiago Bortoluci, Galdino Falcão e Rupanshi Bajaj enxergam uma oportunidade quanto ao valuation, com um prêmio de até 45%, sendo, assim, a top pick do setor.
Segundo o banco, o mercado ainda não teria levado em consideração a reestruturação iniciada pela companhia em 2018, que foca na maior exposição aos mercados globais e que já gerado melhores resultados, nem o plano de investimento para os próximos dez anos, de R$ 55 bilhões. Os dois combinados devem diminuir os riscos para o frigorífico.
Além disso, o Goldman Sachs pontua que a BRF é, atualmente, negociada a um múltiplo de 6,3 vezes na relação entre o seu valor de mercado e o Ebitda (EV/Ebitda), bem abaixo do seu múltiplo histórico, que é de 9,2 vezes.
JBS está melhor posicionada que BRF e Minerva
Para a JBS, os analistas veem uma oportunidade em relação à boa exposição da companhia, que tem marcas em todas as classes de proteína (gado, porco e frango) e também está forte presença em uma série de regiões, principalmente Brasil, Estados Unidos e Ásia.
Para o Brasil, o GS vê um cenário macroeconômico pressionado pela piora do controle da Covid-19, pelo avanço da inflação alimentar, pelo desemprego e as fracas condições de mercado, envolvendo baixa confiança do consumidor e uma situação fiscal ruim – que impacta mais a BRF e a Minerva, com maiores exposições ao mercado local, do que a JBS.
A maior exposição da JBS ao cenário internacional, com os analistas esperando uma demanda crescente na China e o real se mantendo desvalorizado, auxilia o frigorífico a sair na frente neste quesito, considerando, inclusive, uma maior competição futura pelo mercado externo, com os frigoríficos o buscando em alternativa ao interno, enfraquecido.
Além disso, a JBS também estaria sendo negociada descontada, a um múltiplo de 5,5 vezes, 17% menor do que a média histórica, que é de 6,6 vezes.
A Minerva, por outro lado, é negociada a 5,3 vezes, já bem próxima a sua média histórica, de 5,5 vezes. Mesmo assim, para o Goldman Sachs, a companhia pode apresentar um prêmio potencial de cerca de 10%.
Às 11h50, as ações ordinárias da BRF subiam 1,20%, negociadas a R$ 23,53, da JBS operavam neutras, vendidas a R$ 35,28 e as da Minerva caíam 1,28%, vendidas a R$ 10,76.