O grupo financeiro estadunidense Goldman Sachs (NYSE: GS) alertou nesta terça-feira (28) sobre a possibilidade do dólar americano perder seu status de reserva global. O banco destacou que a principal razão seria a crescente preocupação com a inflação nos EUA.
Os estrategistas do Goldman Sachs acreditam que a política fiscal e monetária dos EUA está aumentando as preocupações do mercado quanto à possibilidade de desvalorização da moeda. Isso poderia acabar com o reinado do dólar como força dominante nos mercados globais de câmbio.
Vale lembrar que o Congresso norte-americano está atualmente negociando outra rodada de estímulos fiscais para sustentar a economia devastada pela pandemia. Ao mesmo tempo, o banco central dos EUA (Fed) já aumentou seu balanço patrimonial em cerca de US$ 2,8 trilhões (cerca de R$ 14,42 trilhões) somente neste ano.
Os investidores globais temem que a atitude do Fed em relação à impressão de dólares desencadeie uma brusca inflação nos próximos anos. Esse temor faz com que investidores vendam os dólares e acumulem ouro.
“O ouro é a moeda de último recurso, particularmente em um ambiente como o atual, onde os governos estão desvalorizando suas moedas fiduciárias e empurrando as taxas de juros reais para mínimos históricos”, escreveram os estrategistas do Goldman. Agora existem, disseram eles, “preocupações reais com a longevidade do dólar americano como moeda de reserva“.
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A instituição financeira também destacou que a diferença entre a taxa de rendimento dos “Treasuries” norte-americanos com maturidade de 10 anos e a inflação nos EUA subiu para cerca de 1,51%, passando dos 0,47% registrado em março. Os rendimentos reais, que eliminam o impacto da inflação, caem ainda mais abaixo de zero, para aproximadamente -0,92% em títulos com vencimento semelhante.
A expansão do balanço patrimonial “e a vasta criação de dinheiro provocam temores de desvalorização0”, escreveram os analistas da Goldman. Isso cria “uma maior probabilidade de que, em algum momento no futuro, depois que a atividade econômica se normalize, os bancos centrais e os governos permitirão que a inflação aumente para reduzir a carga acumulada da dívida“, disseram eles.
O recente rali recorde do ouro destaca a crescente preocupação do mercado acionário com a economia mundial. O Goldman elevou sua previsão de 12 meses para o ouro para US$ 2300 a onça, ante US$ 2000 a onça anteriormente. Isso se compara a um valor de cerca de US$ 1930 registrado atualmente. O banco vê as taxas de juros reais dos EUA continuarem caindo, impulsionando ainda mais o metal.
Goldman Sachs aposta em coroa da Noruega diante de dólar fraco
O Goldman Sachs informou também nesta semana que projeta uma queda ainda maior do dólar e que a melhor moeda a ser utilizada para explorar é a coroa da Noruega.
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Os estrategistas da instituição financeira, incluindo Zach Pandl, comunicaram aos clientes em nota que o dólar é um ativo de proteção supervalorizado e superposicionado. Para os especialistas, a moeda americana deve se enfraquecer frente possíveis notícias econômicas positivas de todo o mundo.